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Segredo revelado: Pegadas de dinossauros com 168 milhões de anos descobertas em Torres Novas

Pegadas de dinossauros com 168 milhões de anos, descobertas há 20 anos em Torres Novas, foram finalmente reveladas, prometendo enriquecer a ciência e o turismo na região.

Pegadas de dinossauros com cerca de 168 milhões de anos, descobertas há duas décadas numa pedreira desativada em Torres Novas, foram hoje reveladas ao público. O achado, localizado na Pedreira do Espanhol, representa um marco para a paleontologia e promete atrair atenção científica e turística para a região.

A descoberta foi realizada por João Carvalho, da Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia, na serra de Aire, no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. As pegadas estão distribuídas por 10.800 metros quadrados de um estrato calcário do Jurássico Médio, um testemunho único da história natural. Este local fica a poucos quilómetros da Pedreira do Galinha, onde João Carvalho encontrou, em 1994, o maior trilho de pegadas de saurópodes do mundo, hoje classificado como Monumento Natural.

A decisão de tornar pública esta descoberta foi cuidadosamente planeada. João Carvalho revelou que esperou pela proteção da Pedreira do Galinha antes de divulgar a nova jazida, que se manteve preservada devido ao encerramento da pedreira. “Esta era a altura certa para incluir estas pegadas no geomonumento,” afirmou o especialista, acrescentando que o local deve ser protegido contra atividades ilegais, como o uso de veículos todo-o-terreno.

Preservação e turismo sustentável

João Carvalho destacou a importância de preservar as pegadas ‘in situ’, defendendo a criação de um percurso pedestre que conecte a Pedreira do Espanhol ao Monumento Natural Ourém-Torres Novas. “As pessoas que caminham são as que mais respeitam a natureza. Queremos que possam ver estas pegadas como elas estão,” afirmou.

Este novo achado já despertou o interesse de cientistas como Vanda Santos, investigadora da Universidade de Lisboa, que considera o local uma oportunidade única para ampliar o conhecimento paleontológico. “Esta descoberta trará informações complementares às já conhecidas,” afirmou, referindo-se à Pedreira do Galinha e a Vale de Meios, também localizados na região.

Impacto científico e histórico

Na Pedreira do Galinha, existem trilhos com 20 trajetos de dinossauros, incluindo um de 147 metros, o mais longo conhecido, deixado por saurópodes herbívoros. Este espaço, aberto ao público desde 1997, inclui infraestrutura educativa, como um jardim jurássico e uma réplica de dinossauro. Com a revelação da Pedreira do Espanhol, espera-se que a região amplie a sua importância como destino de turismo científico.

João Carvalho acredita que o achado reforça o valor histórico e ambiental do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, apelando à sua proteção para as futuras gerações. A limpeza do local já está em curso, mas ainda há pegadas cobertas por brita que aguardam reconhecimento.

“A atividade industrial das pedreiras revelou este tesouro escondido,” destacou João Carvalho, que agora espera ver as pegadas integradas num percurso de visitação que valorize a ciência e o meio ambiente.

Este achado, mantido em segredo por 20 anos, representa uma nova etapa na preservação e exploração do património natural português, consolidando a região como um dos principais polos paleontológicos do mundo.


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