Santiago do Cacém: “25 de Abril” revive com triunfo do movimento cidadão
Em Santiago do Cacém, o movimento STC destronou a CDU após cinco décadas, numa vitória que o presidente eleito chama de “verdadeiro 25 de Abril”. O novo executivo quer investir em habitação, cultura, mobilidade e transparência administrativa.
O novo presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Bruno Gonçalves Pereira, definiu a vitória do movimento STC — Somos Todos Cidadãos como um marco histórico, comparável a um “verdadeiro 25 de Abril”, ao subverter a hegemonia da CDU num concelho governado por esta força política ao longo de quase 50 anos.
Com o apoio do PS, PSD/CDS-PP e IL, o STC obteve 40,34% dos votos e elegeu três vereadores, igualando o número da CDU, que ficou com 39,67%, enquanto o Chega alcançou 11,61% e conquistou pela primeira vez um lugar no executivo municipal. O resultado eleitoral permitiu ao movimento cidadanista assumir a liderança do município, rompendo décadas de domínio comunista desde as primeiras autárquicas pós-25 de Abril, em 1976.
Bruno Gonçalves Pereira anunciou que o novo executivo iniciará intervenções em várias frentes. A prioridade será a habitação, que deverá surgir em todo o concelho, com especial atenção a Vila Nova de Santo André, onde há terrenos camarários disponíveis. A par disso, prometeu reforçar o investimento em cultura, vias de comunicação, cobertura de internet e rede móvel e adotar uma postura mais ativa da câmara junto dos cidadãos.
Uma das medidas imediatas será a remoção de cartazes eleitorais deixados em espaço público — considerados “poluição visual” — tão logo cessem os atos de campanha. O movimento também planeia “afinar” a máquina administrativa local, composta por mais de 700 funcionários e diversos equipamentos.
Questionado sobre a falta de maioria absoluta na assembleia municipal, o presidente eleito referiu que o STC está aberto a acordos pontuais com CDU e Chega, desde que não comprometam o programa que defenderão para o concelho. “Estamos abertos a propostas que não contrariem o que pensamos ser ideal para a população”, afirmou.
Na reação da CDU, o cabeça de lista Vítor Proença atribuiu a derrota a uma “conjugação de esforços” entre partidos tradicionais e considerou que será necessário avaliar os fatores que levaram ao desfecho eleitoral inesperado. A coligação assume agora a função de oposição e acompanhará o trabalho do novo executivo com atenção.
Dos 23 916 eleitores inscritos em Santiago do Cacém, votaram 14 000, correspondendo a uma taxa de participação de 58,54%. Votos em branco representaram 2,28% e nulos 1,14%, segundo os dados do Ministério da Administração Interna.
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