Roberto Cortegano promete “devolver ambição e esperança” a Palmela

Roberto Cortegano, candidato da AD à Câmara Municipal de Palmela, apresenta-se como um homem “do terreno”, com 20 anos de vida no Pinhal Novo e um percurso construído no setor privado. Filho de uma família humilde com raízes no Alentejo, cresceu na Baixa da Banheira, estudou à noite e começou a trabalhar aos 16 anos, experiência que diz ter moldado o seu espírito de persistência e trabalho.

“Palmela precisa de ambição, gestão e esperança”, sublinha, assumindo-se como um candidato “de rua”, próximo das pessoas e determinado em transformar o concelho. A decisão de avançar, explica, nasce da perceção de estagnação em áreas básicas, como a limpeza urbana, a mobilidade, o saneamento, a habitação e a recolha de resíduos.

Para o social-democrata, “depositar lixo em espaço público é crime”, e o município tem falhado na fiscalização e na vigilância. Aponta ainda a falta de transportes regulares e seguros, as dificuldades no acesso à habitação e os entraves burocráticos no urbanismo como sinais de uma autarquia que “não acompanha as necessidades das famílias e das empresas”.

Com uma longa ligação ao PSD, Cortegano diz ter-se revisto desde cedo na social-democracia, recordando o impacto que lhe causou, em criança, ver a caravana de Sá Carneiro atravessar um bastião comunista. “Não temos de ser todos iguais; temos de ter as mesmas oportunidades.”

O candidato recorda que não é um estreante na política local. Foi cabeça de lista à Junta do Pinhal Novo em 2017, autarca na Assembleia de Freguesia e Municipal, e preside ao PSD de Palmela desde 2020. A saída de Paulo Ribeiro para o Governo “não causou sobressaltos”, assegura: “A estrutura estava organizada e preparada.”

O seu objetivo é claro: vencer as eleições. Caso não o consiga, garante que cumprirá o mandato como vereador. Entre as prioridades, destaca o reforço da limpeza urbana, a melhoria dos transportes, o planeamento urbanístico e o turismo sustentável, capaz de valorizar o património sem afastar os residentes.

Sobre o novo posto da GNR no Poceirão, elogia o arranque da obra, mas avisa: “Queremos ver a última pedra, não apenas a primeira.” Defende ainda uma auditoria às contas municipais, caso vença, para garantir rigor e transparência na gestão pública.

Cortegano pretende modernizar os serviços municipais e combater a burocracia no urbanismo, apontando os atrasos nas licenças e taxas elevadas como barreiras ao investimento. “Construir casa no Pinhal Novo é um drama”, denuncia, pedindo modernização administrativa e prazos claros.

O programa do PSD já finalizado algum tempo, coordenado por José Manuel Bracinha Vieira, e assenta em pilares como mobilidade, saúde, segurança e planeamento urbano. A apresentação pública deverá ocorrer até junho.

Nas críticas políticas, mantém tom firme, mas cortês. Aponta a CDU como um partido “sem ideias novas”, vê o PS como bengala da CDU e recusa alinhar com populismos do Chega. Sobre entendimentos pós-eleitorais, prefere esperar pelos resultados: “Tudo será decidido com o que for melhor para Palmela.”

O candidato alerta ainda para a falta de preparação do concelho perante os grandes investimentos na Margem Sul, como o aeroporto e o TGV, e defende um planeamento “a pensar 20 anos nos próximos e não nos próximos 20 dias”.

A mensagem final é de confiança: “Palmela pode mudar. Não temos de aceitar mais anos de baixa ambição e inércia. Quero trabalhar com rigor para melhorar a vida de quem aqui vive.”

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