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Retirar turbantes a clérigos é um novo ato de protesto no Irão

A mais recente forma de protesto no Irão, face ao comportamento do Governo, está a ser retirar turbantes aos clérigos e filmar o ato para posteriormente difundir nas redes sociais. Esta nova “moda” revela-se um problema grave para as autoridades da República Islâmica bem como para os muçulmanos que utilizam o turbante.

Esta nova forma de protesto já está a ser utilizada como demonstração de revolta pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos. A população mais jovem do Irão já se demonstra combalida pelas imposições governamentais que os obriga a vestirem-se de acordo com o que é determinado pelo Governo , assim como pelas restrições liberais, razões suficientes para que este tipo de protesto se tenha iniciado desde meados de setembro.

Nas últimas semanas cada vez é maior o número de manifestantes a retirar os turbantes aos clérigos, pois são tradicionalmente vistos como símbolos da República Islâmica, independentemente da sua inclinação política.

As opiniões mediáticas dividem-se e para alguns meios esta prática não é civilizada e ataca a liberdade individual, no entanto, para a maioria é apenas uma demonstração de revolta perante as regras rígidas impostas pelo regime, tendo assim na sua essência, razões para existir.

As proporções deste fenómeno já cresceram de tal forma que foi criada a “Turban Throwing Federation”, que já tem mais de 30 mil seguidores. Para muitos, esta prática já se trata de um “desporto” popular, e alguns dos internautas, indicam que o líder supremo Ali Khamenei é o alvo final a “abater”.

O fenómeno já obrigou os clérigos a adaptarem-se para não serem vítimas tão voláteis desta onda de protestos, arranjando já formas de prender os turbantes ao queixo, por exemplo, de forma a que estes não sejam tão facilmente removidos. Os apoiantes da causa fazem troça desta atitude mantendo a pressão sobre os religiosos praticantes.

Desde a morte da jovem Mahsa Amini, o comportamento da população iraniana está a mudar. Exemplos disso são as mulheres que corajosamente saem à rua com roupas não aceites pelo regime, ou então por homens que atiram o turbante ao chão em plena via pública como forma de repulsa ao Governo de Ali Khamenei.


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