Há muito lixo espalhado por Fernão Ferro. Câmara Municipal apresenta soluções, já para o próximo mês.
Lixo em quase todas as ruas e negligência da população. A Câmara Municipal do Seixal está prestes a implementar uma série de soluções para resolver os problemas de higiene pública em Fernão Ferro.
Os habitantes da Freguesia de Fernão Ferro têm-se debatido há anos com um problema de higiene pública. Através de uma “viagem” pelo Google Maps ou numa passagem de carro que o Diário do Distrito realizou, encontram-se dezenas de acumulações de resíduos e outros detritos, espalhados à volta da maioria dos ecopontos e outros contentores de lixo.
A Câmara divulgou os projetos futuros e justificou o problema, que, apesar das soluções já esboçadas, continua a perturbar os habitantes da freguesia.
Porquê que há tanto lixo em Fernão Ferro?
A estratégia para reduzir o lixo indevidamente depositado passará por eliminar progressivamente os pontos de deposição coletivos até 2025, substituindo-os por recolha porta-a-porta. Atualmente, cerca de 17 mil habitantes em Fernão Ferro são servidos pelo serviço porta-a-porta. A ideia é aumentar este serviço para os restantes 5 mil até 2025.
O maior problema que “assola a freguesia“, assim como muitas localidades dos municípios da AML, tem a ver “com o abandono ilícito de grandes quantidades de misturas de resíduos (monos, resíduos de construção e demolição, resíduos verdes, etc.)”, provenientes de descargas de residentes e “não residentes” que desenvolvem atividade “económica (obras de requalificação, serviços de mudanças, manutenção de jardins particulares, etc.)” e que não garantem o correto encaminhamento dos resíduos provenientes da sua atividade, conforme previsto “na Lei”.
António Macedo, sentado à porta do Snack-bar Toscano, tem uma visão privilegiada para as dezenas de metros quadrados de monos que se estendem num descampado, circundando os contentores de reciclagem. Como confirmámos, o interior dos contentores estava quase vazio, com espaço para colocar a maioria daqueles detritos. “Eles vêm uma ou duas vezes por semana e apanham o grosso”, explicou António, mas “há semanas que não vêm”, o que faz acumular muito lixo.
Na visão de Dona Rita, do Café Lusitana, “a culpa é das pessoas que vão lá pôr aquilo; estão lá ecopontos”, mas “como já está lá lixo, as pessoas põem ainda mais”.
Esta situação específica foi detetada rapidamente pelo Diário do Distrito, que viu um trabalhador de uma empresa de serviços do setor imobiliário a depositar cartão junto ao ecoponto azul, sem confirmar se existia espaço no mesmo.
A situação precária da Quinta das Laranjeiras
Fátima veio à janela com o filho ao colo. Segundos depois, explicou que isto está assim “praticamente todos os dias”. Fátima crê que a situação é igual ou pior desde que veio morar para a freguesia há 3 anos.
De facto, a população do Seixal cresceu nos últimos anos e a densidade populacional aumentou consideravelmente. Fátima explica que liga para o serviço certo, e que o lixo é recolhido depois de dois ou três dias. Porém, “a rua tem muitas obras; limpam uma noite e na outra já está cheio.”, justifica.
Fátima está ciente de que as pessoas evitam passear os cães naquela zona e que até para as “crianças” é “perigosa”, mas que “é chato ter de estar sempre a ligar para o serviço da Câmara”.
E o que vai combater esta situação?
Já no próximo mês de outubro são esperados alguns projetos que solucionarão este problema. o vereador da Câmara Municipal do Seixal, Bruno Santos, com o Pelouro da Habitação e Ambiente, diz que “a experiência demonstra que a eliminação de contentores coletivos da via pública” e a transição para serviços de recolha porta-a-porta, “mais personalizados”, melhora “substantivamente a deposição anárquica em espaço público”.
O vereador confia que os “prevaricadores” atuais serão compelidos a procurar “soluções corretas de encaminhamento” ou “agendamento” dos serviços da Câmara Municipal. A expansão do serviço porta-a-porta decorrerá já a partir de outubro, e espera-se que os contentores coletivos sejam retirados da via pública no mês de “novembro“.
Fátima e António Macedo vivem nas localidades que passarão a ser abrangidas por este serviço, pelo que se espera que, dentro de poucos meses, vejam o seu problema resolvido.
O Centro Municipal de Higiene Urbana de Fernão Ferro também vai ser inaugurado ainda em 2024. Equipado com varredoras, desatadoras, seis contentores metálicos para separação de resíduos verdes, madeiras, resíduos de construção e demolição, resíduos elétricos e eletrónicos, entre outros.
É um centro de receção de “vários fluxos de resíduos que servirá para melhorar “a limpeza do espaço público” e “aumentar as taxas de reciclagem”. A lista de projetos continua, mas estes serão os principais investimentos esperados para servir a freguesia de Azeitão, “deixando de haver qualquer justificação para o abandono de resíduos em espaço público”, diz o vereador da Câmara Municipal do Seixal, Bruno Santos, com o Pelouro da Habitação e Ambiente.
Mais projetos.
Outros projetos | Câmara municipal do Seixal |
Novos circuitos de recolha porta-a-porta de Biorresiduos junto do comércio (canal HORECA) | já em curso (mas com entregas de contentores e sensibilização até ao final do ano) |
2025 Ampliação da rede de ecocentros móveis | Implementar um ecocentro em cada freguesia. investimento: 120.000€ |
Aumento da rede de oleões (reciclagem de óleos alimentares usados) | Foi celebrado em março deste ano, o contrato de gestão da rede de contentores para óleos alimentares usados. Até ao final do ano, serão instalados 128 novos oleões em toda a área municipal, estando previstas 16 novos equipamentos para a freguesia de Fernão Ferro (atualmente, encontram-se instalados 10). |
Aumento da rede de contentores para roupa usada e resíduos têxteis | Está prevista a expansão da rede de contentores para roupa usada e resíduos têxteis: 10 novos equipamentos na freguesia de Fernão Ferro até ao final do ano. |
Acompanhe o desenvolvimento deste, e de outros projetos, com o Diário do Distrito.
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