Rangel enfrenta críticas: vai ao Parlamento explicar escala de caças F-35 nas Lajes
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, será ouvido no Parlamento, a pedido do PS, sobre a passagem de caças F-35 pela base das Lajes com destino a Israel — decisão que gerou tensão política e pedidos de esclarecimento.
O chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, foi convocado para responder no Parlamento sobre uma escala ocorrida na Base das Lajes, nos Açores, de caças norte-americanos F-35 com destino a Israel, sem comunicação prévia ao Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O requerimento para ouvir o ministro foi aprovado na Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, com os votos favoráveis de PS, PSD e Iniciativa Liberal, e o voto contra do Chega.
Embora o Bloco de Esquerda e o PCP tenham apresentado pedidos semelhantes, esses requerimentos não chegaram a ser votados por ausência de representantes das duas bancadas na reunião.
O centro da polémica está no facto de os F-35 terem transitado pela base açoriana sem que o ministro tivesse sido informado, o que o próprio Governo classificou como uma “falha de procedimento” interno.
Fontes governamentais admitem que a autorização partiu de órgãos dependentes do Ministério da Defesa, mas que a comunicação com os Negócios Estrangeiros não foi devidamente assegurada.
O PS e o PCP pediram também a audição do ministro da Defesa, Nuno Melo, para prestar esclarecimentos sobre o caso, mas a proposta foi rejeitada pela comissão de Defesa.
A polémica surge num momento delicado, já que Portugal mantém restrições sobre o trânsito de material militar com destino a Israel, no contexto da ofensiva na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro reconheceu o erro processual, mas afastou qualquer cenário de demissão ministerial.
A Base Aérea das Lajes, situada nos Açores, é utilizada por forças norte-americanas no âmbito de um acordo bilateral com Portugal, servindo como ponto estratégico no Atlântico.
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