Produção automóvel em Palmela impulsiona crescimento de 4,5% em 2024 e reforça Portugal como líder no setor

A produção automóvel em Portugal cresceu 4,5% em 2024, alcançando um total de 332.546 veículos fabricados, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Este é o segundo melhor resultado da década, ficando apenas atrás de 2019, quando se produziram 345.688 unidades. O anúncio foi feito pela ACAP durante uma conferência de imprensa em Lisboa, onde se destacou a importância do setor automóvel na economia nacional.

Segundo a ACAP, o setor automóvel gerou 42,6 mil milhões de euros para a economia nacional em 2024, representando 7,7% da faturação total das empresas no país. Adicionalmente, as receitas fiscais provenientes do setor atingiram os 10,9 mil milhões de euros, correspondendo a 17,8% das receitas fiscais do Estado português.

Palmela e Autoeuropa em destaque

Entre as cinco fábricas automóveis do país, a Autoeuropa, em Palmela, desempenhou um papel crucial para o crescimento do setor, contribuindo significativamente para as exportações nacionais. A Europa manteve-se como o principal mercado de destino, absorvendo 87,6% dos veículos produzidos em Portugal.

Crescimento das energias alternativas e veículos elétricos

No que toca às vendas, foram matriculados 209.715 novos automóveis ligeiros de passageiros em 2024, um aumento de 5,1% face ao ano anterior. Destes, os veículos movidos a energias alternativas lideraram, representando 57% do total das matrículas. Os veículos elétricos (BEV) ganharam destaque, com 41.757 unidades matriculadas, posicionando Portugal acima da média europeia (14%) e no sexto lugar do ‘ranking’ da União Europeia, atrás de países como a Dinamarca.

Desafios e futuro do setor

Apesar dos números positivos, o secretário-geral da ACAP, Helder Pedro, sublinhou que o mercado de particulares para veículos elétricos permanece pequeno, com 60% das vendas a serem feitas a empresas. Para promover a transição para um parque automóvel mais sustentável, a ACAP defende incentivos fiscais e a criação de uma rede de carregamento mais robusta, para suportar o aumento da procura por veículos elétricos.

No entanto, o envelhecimento do parque automóvel português continua a ser um problema, com cerca de 1,5 milhões de veículos em circulação com mais de 20 anos. A entrada de veículos usados da União Europeia, com uma média de 7,9 anos, é apontada como um dos fatores que contribuem para o aumento das emissões poluentes no país.

A ACAP destacou ainda a concorrência desleal gerada pela isenção do Ecovalor para veículos usados importados, prejudicando os fabricantes de automóveis novos no país e impacta negativamente o ambiente.

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