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Precariedade nas contratações de médicos: Álvaro Amaro denuncia atribuição da responsabilidade às autarquias

No Quarto Fórum Municipal de Saúde os autarcas denunciaram a degradação sentida no SNS.

Na passada sexta-feira, 4 de outubro, os presidentes das Câmaras Municipais de Palmela, Setúbal e Sesimbra reuniram-se para discutir a situação atual dos cuidados de saúde na região, com foco na crescente falta de profissionais de saúde e a sobrecarga das urgências hospitalares.

É imperativo voltarmos a reunir, perceber este manancial de informação que temos vindo a recolher aqui, em conjunto, para decidimos convosco, o caminho a seguir.“, destacou Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela.

Durante o Quarto Fórum Municipal de Saúde, em Setúbal, os autarcas de Sesimbra, Palmela e Setúbal debateram os problemas mais persistentes da região. André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, sublinhou a pressão crescente sobre as unidades de saúde, afirmando que a “incapacidade das unidades de cuidados primários em aumentar a sua capacidade de resposta” tem agravado o problema, especialmente nas urgências hospitalares.

Álvaro Amaro denunciou a precariedade nas contratações de médicos, com profissionais a serem contratados apenas para algumas horas por semana, e criticou as condições de trabalho, que muitas vezes são insustentáveis: “Contrata-se uns médicos para fazer umas quantas horas por semana, 6 horas numa extensão, 6 horas noutra” e “não há uma informação explícita aos utentes que esperam uma consulta de sobre quando e como agendar“.

Mais pessoas sem médico de família

O quarto fórum surge no contexto de um aumento preocupante do número de pessoas sem médico de família nos três municípios, que já chega a 75.654, um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior.

O presidente de Palmela sublinhou que o problema vai para além da organização, que é “estrutural”, e depende da valorização das carreiras e condições de trabalho dos profissionais. “Não é só formar os médicos, é preciso é que eles estejam fixados no Serviço Nacional de Saúde“, concluiu Amaro, apontando para a importância de garantir a permanência dos médicos no SNS para resolver o problema a longo prazo.

Dificuldade na fixação de médicos

O presidente criticou também a atribuição da responsabilidade às autarquias na ficontratação e fixação dos profissionais, criticando as recomendações do Governo. “Dizem que até devemos pagar a gasolina aos médicos para eles aceitarem ficar mais naquela extensão, como, também, que temos de lhes arranjar apartamentos ou almojamentos”, mas “nós sabemos bem quais são as nossas obrigações e as nossas competências”, sublinhou.

O Fórum contou com a participação de médicos e grupos de utentes, e terminou com o consenso de que as Câmaras Municipais devem continuar a pressionar o governo para uma reorganização urgente do sistema de saúde, e que continurão a colaborar de forma mais próxima com as associações de médicos e utentes, de forma a acompanharem as necessidades e os problemas.


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