Opinião

Pouco para quem dá, muito para quem recebe

João Conde, presidente da Juventude Popular de Setúbal

Quando olhamos para a nossa cidade, é impossível ignorar as desigualdades que atravessam as suas ruas. A pobreza e a exclusão social não são apenas números ou estatísticas. São rostos, histórias e vidas que enfrentam desafios inimagináveis. Como presidente da Juventude Popular de Setúbal, acredito que temos o dever moral de agir, e é exatamente isso que nos motiva a realizar mais uma edição da nossa Recolha Solidária de Natal.

Este ano, voltamos a apoiar a CASA – Centro de Apoio aos Sem-Abrigo como beneficiária da ação. Uma instituição que lida de caras com o reflexo das necessidades mais prementes que observamos no dia a dia de Setúbal. Com a chegada do inverno, quem vive nas ruas, ou simplesmente vive num ambiente de extrema pobreza energética, enfrenta condições que comprometem não apenas o conforto, mas a própria sobrevivência.

Qualquer elemento da Juventude Popular tem necessariamente a solidariedade como princípio de ação. Aqui acreditamos que a solidariedade não deve ser uma palavra bonita. Embora o Natal seja um momento de reflexão e generosidade, a necessidade de ajudar é uma constante. Por isso, iniciativas concretas como esta, e que pretendem mobilizar a comunidade, servem também de chamada de atenção para ajudar quem precisa e para ajudar quem ajuda.

Instituições como a CASA desempenham um papel fundamental em Setúbal, mas dependem de recursos que muitas vezes são escassos. Assim, cabe-nos, enquanto cidadãos, estender a mão e partilhar aquilo que podemos. Um edredão, uma manta, um par de meias – itens que talvez sejam comuns para muitos, mas que podem significar dignidade e esperança para quem pouco ou nada tem.

A nossa iniciativa, que ocorrerá no dia 8 de dezembro, entre as 10h30 e as 13h30, é um convite para toda a comunidade de Setúbal se unir. Pedimos donativos, mas também pedimos envolvimento. Queremos que cada cidadão que contribua sinta que faz parte de algo maior – uma cidade que não abandona os seus.

Esperamos também com esta recolha acender a discussão sobre como enfrentamos a pobreza e a exclusão social. Precisamos de políticas mais eficazes, mas também de uma sociedade mais atenta  que seja exigente com essas mesmas políticas.

A solidariedade não conhece partidos, e a nossa ação também não deve conhecer fronteiras. Estamos certos de que pequenos gestos podem gerar impactos profundos. Este Natal, peço a todos que se juntem a nós, que transformem a empatia em ação e que participem na construção de uma sociedade mais justa e humana.

Porque a verdadeira magia do Natal está em dar – e em fazer do mundo um lugar melhor para todos.


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