Plano de emergência da saúde em cheque: Peritos criticam prazos “irreais” e sugerem revisão total
Especialistas consideram prazos do plano de emergência da saúde irrealistas, apontando falhas na estratégia e sugerindo revisão urgente das metas.

Um relatório sobre o plano de emergência da saúde aponta para uma execução impossível em prazos definidos, levantando dúvidas sobre a estratégia do Governo e sugerindo mudanças urgentes.
O grupo de trabalho coordenado pelo pneumologista Carlos Robalo Cordeiro alerta para metas consideradas demasiado ambiciosas, especialmente na requalificação dos serviços de urgência. Segundo o relatório, entregue ao Governo, a conclusão dessas obras em apenas três meses é inviável, e os dados apresentados são descritos como “desconexos do pretendido”.
Além disso, os peritos sublinham que o cronograma atual precisa de maior realismo, já que inclui diversas fases, como identificação de necessidades, elaboração de projetos e lançamento de concursos.
No âmbito dos cuidados urgentes e emergentes, várias medidas não foram implementadas, sendo necessária uma reformulação dos prazos para viabilizar a sua concretização. O documento também critica o objetivo de reforçar convenções com os setores social e privado, classificando-o como excessivamente otimista, dada a complexidade dos processos de contratualização.
Outro ponto controverso é a separação das especialidades de Ginecologia e Obstetrícia, considerada uma mudança estruturante, mas com baixa probabilidade de implementação a médio prazo. A medida visava focar os profissionais nas suas áreas específicas e melhorar a qualidade dos cuidados, mas enfrenta desafios logísticos e operacionais significativos.
Os especialistas destacam ainda a necessidade de investimentos mais robustos em saúde mental, incluindo recursos humanos e infraestruturas, além de campanhas nacionais para combater o estigma e promover a literacia em saúde. A proposta inclui o desenvolvimento de plataformas digitais para acompanhamento remoto, especialmente em regiões com menor cobertura de serviços.
Apesar das críticas, o relatório reconhece que a execução eficaz do plano poderia trazer significativos ganhos em saúde pública, promovendo maior equidade e humanização no sistema.
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