
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, recusou hoje alinhar com a moção de censura anunciada pelo Chega, argumentando que a iniciativa não passa de uma estratégia para desviar atenções dos problemas internos do partido de André Ventura. No entanto, sublinha que continua a exigir esclarecimentos do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre a empresa imobiliária da sua família.
Durante uma visita a um conjunto habitacional em Almada, que ajudou a lançar como ministro da Habitação em 2019, Pedro Nuno Santos reagiu às declarações de André Ventura, que ameaçou com uma moção de censura caso Montenegro não esclarecesse, em 24 horas, o alegado conflito de interesses relacionado com a empresa de compra e venda de imóveis da mulher e filhos.
“Não dou para esse peditório”, afirmou o socialista, reforçando que considera a iniciativa do Chega uma tentativa de mudar o foco da opinião pública. No entanto, frisou que isso não significa que deixe de exigir respostas do primeiro-ministro.
Pedro Nuno Santos lembrou que ele próprio já tinha solicitado explicações no sábado, acreditando que há justificativas plausíveis, mas reforçando a necessidade de clarificação rápida. “Um primeiro-ministro tem a obrigação de esclarecer dúvidas”, insistiu.
Perante a insistência dos jornalistas sobre como o PS votaria na eventual moção, Pedro Nuno manteve a sua posição de não querer dar protagonismo à iniciativa do Chega. “Não vou contribuir para essa estratégia”, repetiu.
O líder socialista criticou ainda o silêncio de Luís Montenegro, sublinhando que desde 20 de janeiro o chefe de Governo tem evitado responder aos jornalistas, com exceção de um momento, a 3 de fevereiro, quando abordou apenas temas relacionados com a candidatura presidencial que apoia.
“Não é normal que um primeiro-ministro esteja quase um mês sem prestar esclarecimentos aos jornalistas. Fez uma remodelação governamental e não explicou nada. Isso é inaceitável”, criticou Pedro Nuno Santos.
No passado sábado, Montenegro rejeitou as acusações de um possível conflito de interesses, considerando-as “absurdas e injustificadas”. Segundo notícia do Correio da Manhã, a empresa imobiliária da sua família poderia beneficiar diretamente das recentes alterações à lei dos solos aprovadas pelo Governo, uma tese que Montenegro desmentiu.
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