Os incêndios foram hoje lembrados na sessão de Câmara de Palmela, tendo sido reconhecida a “ação abnegada e corajosa dos Corpos de Bombeiras/os mostrou-se, uma vez mais, insubstituível e merece-nos, como sempre, o mais reconhecido agradecimento e louvor”.
Na voz de Álvaro Amaro, presidente da Câmara, foi lembrado o destacamento de vários bombeiros do município, que têm estado a combater os incêndios do Norte e Centro do país, tendo também lamentado a falta de prevenção aos incêndios, sobretudo nas áreas que todos os anos são afetadas.
De igual forma, o edil afirmou que “[n]a fase posterior, importa mobilizar as diversas entidades, mas, igualmente, a sociedade civil em torno de uma grade reflexão sobre a gestão e preparação dos territórios”, mostrando que o concelho está “disponível” para essa reflexão, com a fiscalização de terrenos a ser feita de forma constante em Palmela. “Procuramos fazer bem a nossa parte, mas cada um tem de fazer a sua parte“, apelou Álvaro Amaro.
Desta forma, a Câmara Municipal de Palmela lamentou “todas as vítimas causadas pelos incêndios dos últimos dias“, desde bombeiros até à “vida animal e natural” destruída. Após a leitura do voto, o presidente da Câmara propôs enviar a moção para a federações de bombeiros, Liga dos Bombeiros de Portugal, Associação Nacional de Municípios Portugueses, e para os municípios afetados.
A bancada do Partido Socialista, na voz do vereador Raul Cristóvão, considerou haver uma correlação entre os incêndios e a desertificação das terras e da floresta, lembrando que “haviam menos fogos porque haviam mais pessoas a viverem nas aldeias“. Neste âmbito, o socialista apelou à criação de incentivos para fixar as populações nestas áreas desertificadas nas aldeias, e à criação de planos de prevenção e de educação para as escolas, para “levar aos adultos que estão em casa a informação necessária“, tendo reconhecido o papel das crianças na mudança de comportamentos dos pais.
Na voz de Roberto Cortegano, o Partido Social-Democrata enviou uma palavra de solidariedade para com as populações, com os bombeiros, e com o Secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, antigo vereador da autarquia palmelense.
De igual modo, Carlos de Sousa apresentou um voto de pesar, manifestando “o seu profundo pesar pelo sofrimento de todas as pessoas e famílias atingidas nesta devastação, especialmente as que sofreram a inestimável perda dos seus familiares”, pelos bombeiros, e enviando uma palavra de agradecimento aos combatentes destes incêndios. Para além disso, o vereador independente questionou o presidente da Câmara sobre se já chegou à autarquia alguma compensação em relação aos incêndios de Palmela, em 2022, e se já estaria em vigor algum plano de prevenção, algo acompanhado pela vereadora socialista Mara Rebelo.
Álvaro Amaro esclareceu que, nos últimos dois anos, “decorreram várias ações de estabilização de zonas ardidas“, nesta caso, a remoção de vegetação ardida e seis ações de reflorestação, com mais de 6 mil espécies autóctones plantadas, assim como a abertura de caminhos. Para além disso, revelou que a autarquia fez uma candidatura aos ICNF e ao Fundo Ambiental, de cerca de 200 mil euros, mas que irão receber apenas metade do montante, apesar de que “gastámos muito mais do que isso“.
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