Palmela | Feira Medieval cativou milhares de visitantes a conhecer o século XII
Foram 3 dias, entre 23 e 25 de setembro, que Palmela recuou ao século XII, à época medieval, período onde se vivia uma pobreza extrema, enquanto se ostentava também uma riqueza extravagante. Foi um fim-de-semana que trouxe até ao alto da vila milhares de pessoas, que viveram uma experiência única, ilustrada em cada canto, de cada rua.
A 4ª edição da Feira Medieval de Palmela, que teve dois anos de interregno devido à pandemia da covid-19, atraiu um número, segundo o município, de cerca de “35.000 pessoas” ao longo do fim-de-semana.
O aluguer de trajes era uma realidade e, logo na sexta-feira, dia da inauguração, as portas do castelo abriram de um modo diferente – várias pessoas trocaram as calças e blusas, por vestidos, capas pretas, véus, armaduras e espadas. De fundo, ouviam-se bombos, gaitas de foles e um público de riso e sorriso fácil, a bater palmas, a cada batida.
El Rei D. Sancho I, na figura do presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, foi recebido com a sua senhora, D. Dulce, personagem que coube à vereadora do município Maria João Camolas, e concedeu a cerimónia de abertura da Feira Franca.
Segundo assinalou o presidente do município, Álvaro Amaro, provou-se a referência da feira, com o “superar de todas as expectativas”, sendo “gratificante uma feira que começou em 2015 estar no top 5 das feiras medievais de Portugal”.
“Palmela não precisa de fazer “carnaval”, nem se “mascarar”, nem “caracterizar” para ser medieval – o próprio espírito da vila tem essa essência”, assume o presidente da autarquia.
Tal como na realidade da época, ao longo do evento, algumas personagens eram avistadas com carvão na cara e dentes podres, roupa suja e rota, que transparecia, em parte, muita da miséria típica do ano 1100. Também muitos artistas encarnavam a figura de bêbados, que, com um barril de bebida, percorriam a feira e animavam as pessoas que passavam por elas.
Programa trouxe à atualidade a história do século XII
No interior das muralhas, as danças orientais e medievais, que animavam os antigos reis na Corte, preenchiam o anfiteatro e a Igreja de Santiago, enquanto no Revelim Norte (acampamento de artesãos e ofícios) era ensinado as artes da caligrafia, fabrico de queijo e do fogo. No mesmo espaço destas aprendizagens, permaneciam animais, como aves, camelos, burros e saloias, que cativavam e deslumbravam os visitantes.
A caminho para o interior do castelo, a população era convidada a entrar em um cenário de terror – dentro de um “cemitério”, a abordagem começava à porta, onde a pergunta, era simples: “querem ver miséria?”, e a miséria era vista, num retrato da pobreza que muitas pessoas tinham na sociedade medieval.
Um dos espetáculos que mais atraiu o público foi na área da Liça, com o decorrer do Torneio de Cavaleiros, e também com a demonstração de voo livre. O recinto ficou completamente cheio, com, inclusive, várias pessoas a subirem metade da encosta do castelo para puderem assistir à encenação.
Ao longo da feira, eram contemplados muitos stands, com mercado tradicional e regional, sempre alusivos à época medieval, e com destaque para a primeira bebida alcoólica feita pelo mel – o hidromel. Também existia a possibilidade, com centenas de pessoas a aguardar em longas filas, e com as mesas quase sempre cheiras, para comes e bebes.
Palmela recuou no tempo para mostrar e representar como se vivia no século XII, mas, ao recuar, fez história, e retratou os mesteirais e gentes da vila nesse mesmo período medieval.
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