
A cerimónia de tomada de posse dos eleitos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal do Seixal, bem como dos presidentes das seis Junta de Freguesia do concelho, decorreu na noite desta segunda-feira, nos Paços do Concelho, com a presença do Bispo de Setúbal, Cardeal Américo Aguiar, contou com dois momentos musicais, da banda de música da Escola Secundária de Amora, Kieza, e da jovem Sara Matos Fernandes.
Presidida pelo presidente da Assembleia Municipal cessante, Alfredo Monteiro, este foi secretariado pelo primeiro-secretário cessante, Américo Costa, com a leitura da acta de tomada de posse, que após a assinatura do documento, intervieram em curtos discursos.
Mário Macedo, da Coligação Liberdade (Livre e BE) criticou “a falha democrática desta Assembleia Municipal, que não pode ser uma ilha”, apontando que “nenhuma das reuniões do mandato anterior foi descentralizada”.
“Tomo posse hoje, como uma só voz, mas que ninguém se engane, não é uma voz solitária. É uma voz que carrega a força e a esperança, e a impaciência de milhares de cidadãos do Seixal, que votaram por uma ideia e pela liberdade. Uma liberdade que para nós nunca foi uma palavra abstrata para pendurar num cartaz. É uma liberdade concreta.»
É a liberdade de ter uma casa para morar, um médico e um enfermeiro de família que nos atenda, um transporte que não nos falhe.»
Podem contar com esta voz não para o confronto estéril, mas para o trabalho sério, para as propostas fundamentadas e para a busca incansável de soluções que melhorem a vida no Seixal.
Por isso, o meu primeiro e mais solene compromisso neste mandato é ser uma ponte que trará a esta Câmara a voz das pessoas que vivem no Seixal.”
Mauro Santos (Iniciativa Liberal) admitiu que “somos apenas um deputado, mas cada caminho de mudança começa assim, com poucos determinados a fazer a diferença e convictos de que o que é justo e necessário não precisa de multidões, mas apenas de coragem e coerência.
Porque a democracia não se mede apenas no número de cadeiras que cada partido ocupa, mas também pela força das ideias que sustenta e pela honestidade.
A Iniciativa Liberal traz a este espaço uma visão diferente, uma visão que acredita que as pessoas vêm antes do Estado, que a prosperidade não tem que ser um privilégio e que o crescimento não deve ser temido, mas sim promovido. Serei nesta Assembleia, orgulhosamente, a voz que representa uma mudança profunda, a voz de todos os Liberais que acreditam num Seixal mais próspero.”
Rui Belchior (Coligação AD – PSD/CDS-PP) fez o discurso mais duro da noite, com críticas à gestão da CDU, mas também à oposição na autarquia, a quem deixou como recado que “nós servimos a política.
Na AD Seixal não temos medo. E não temos medo porque, ao contrário de outros, não vivemos da política.
Não dependemos de pelouros, de avenças, de subsídios ou de contratos com o município. Estamos aqui de forma absolutamente voluntária para servir o nosso Conselho e as nossas populações.
Seremos, como sempre fomos, uma voz incómoda, mas necessária, que exige transparência e respostas. Não estamos aqui para agradar a quem dirige o concelho e continuaremos a denunciar as más opções, a má gestão, o despesismo, o favoritismo e a propaganda.
Nesta Assembleia Municipal continuaremos a apresentar as nossas ideias. E esta é a melhor forma de responder a todos aqueles que, com má fé, passam a vida a dizer que só sabemos criticar e que não apresentamos propostas.”
O município de Seixal não pode continuar a ser um centro de emprego e não pode confundir-se com o Partido Político. Não admira, por isso, que a Câmara de Seixal carregue hoje uma dívida tão pesada.”
Tomás Costa (PAN/PS) solicitou uma salva de palmas para o presidente da mesa da Assembleia Municipal cessante, Alfredo Monteiro e aos eleitos que cessaram funções “porque o concelho foi feito do seu suor, do seu empenho e do seu trabalho. Não esqueceremos.”
Admitindo que “o resultado não foi aquele que o Partido Socialista ambicionava. O povo entendeu dar novamente a vitória à CDU. E respeitamos o sentido democrático dos nossos munícipes.
E é exatamente por respeito à democracia e ao poder local democrático que quem ganha não tem poder absoluto e a oposição não deve deixar de participar na solução. Estamos conscientes que muitos dirão que esta posição é taxismo. São os mesmos que são liderados por quem vem do sistema e diz agora estar contra o sistema. São os mesmos que ainda há poucos meses pediam lugares no Governo e que, aqui no Seixal, há 4 anos candidataram alguém que a troco de um cargo de dirigente, de um ‘tacho’, abandonou os seus colegas de partido.
Por isso não aceitamos lições de democracia e de serviço em prol da população.”
Daniel Teixeira (Chega) afirmou assumir “um mandato com um profundo sentido de responsabilidade. Já ouvimos de tudo hoje, a noite já vai longa, mas é impressionante escutar que socialistas afirmarem que governam bem ou sociais-democratas a referir que serão a principal oposição. Se 50 anos não bastassem, se calhar ainda vamos ouvir comunistas a defender o grande capital.
Mas a verdade é uma só. O Seixal falou nas urnas e falou bastante alto. Pela primeira vez em décadas, este Conselho vê uma alternativa robusta ao poder instalado.
O Chega afirma-se, ao contrário daquilo que aqui já foi dito, como a verdadeira oposição, a verdadeira força da oposição e como a esperança de milhares que estão cansados da estagnação, da propaganda e da arrogância ideológica também.
O Seixal é conhecido como um dos últimos bastiões comunistas. Mas os bastiões, como tudo, também caem. Quando perdem a sua estrutura, caem e caem com estrondo.
O PCP afastou-se do povo, afastou-se dos seus e, por isso, acabará também por cair. Mas a verdade é que, durante anos, o poder local confundiu a gestão com militância partidária.”
Armando Farias (CDU) declarou que “hoje inicia-se um novo mandato autárquico, legitimidade pela vontade popular. Renovo o compromisso público de continuarmos a trabalhar com justiça e competência para prosseguir o caminho de desenvolvimento e progresso que tem sido percorrido ao longo de muitos e muitos anos de vida em democracia no nosso concelho.”
Enalteceu ainda “a grande vitória alcançada pelas populações do Seixal, da Arrentela e Aldeia de Paio Pires que, contra ventos e marés, viram repostas as suas freguesias históricas.
A CDU apresentou-se nestas eleições com um projeto de futuro, assente em provas dadas, nos compromissos assumidos e na obra realizada. A população reconheceu o imenso trabalho desenvolvido pelas autarquias governadas pela CDU no nosso concelho e confiou e confia nos homens e mulheres que dão corpo ao projeto da CDU e, por isso, os elegeu para mais um mandato autárquico.
O Grupo Municipal da CDU continuará a dar a maior atenção às questões de proximidade aos munícipes, ao movimento associativo, às instituições e ao seu envolvimento na vida municipal. Seremos rigorosos no acompanhamento e concretização do programa autárquico sufragado pela população e seremos exigentes nas reivindicações ao Governo (13:55) nas áreas que são da competência do Poder Central.”
Também Paulo Silva, eleito como presidente da Câmara Municipal do Seixal interveio, saudando “efusivamente a população do concelho pela grande vitória que teve no passado dia 12 de outubro” e destacou vários dos projectos levados a cabo pela gestão CDU, bem como outros “que estão em desenvolvimento e outros ainda que iremos concretizar.
A população foi chamada a votar e a CDU ganhou de forma inequívoca, porque a população nos escolheu para gerir a Câmara Municipal, a Assembleia Municipal e quatro das cinco Juntas de Freguesia.
Mas também foi um voto que demonstrou que, para a maioria da população, este é um concelho para todos, sejam ciganos, negros, castanhos, alentejanos ou algarvios, porque o Seixal é dos seixalenses.
Aqui não há é lugar para o ódio, para o racismo e para a xenofobia, e que quem quer fazer passar estes valores não tem lugar neste concelho, e o melhor é mudar de concelho.
Mas no dia 12 a população do concelho do Seixal também demonstrou uma grande maturidade democrática, porque soube distinguir o trigo do joio, distinguir aqueles que tinham propostas sérias, aqueles que conheciam o concelho, aqueles que sabiam o que o povo daqui quer, e não votou naqueles que tudo prometiam.
Peço também àqueles que dizem ‘deixem-nos trabalhar’, então que deem o exemplo e deixem trabalhar a CDU, respeitando o voto que a população deu à CDU, porque o trabalho realizado é melhor garantia no nosso trabalho futuro.
Vamos continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento da educação, com a construção de mais escolas de primeiro ciclo, de jardim de infância, mas também a requalificar as escolas de segundo e terceiro ciclo e secundárias, exigindo os necessários meios financeiros (28:06) ao Governo.
Vamos continuar a trabalhar na área social, construindo mais equipamentos, mais creches, mais lares da terceira idade, mais equipamentos para a deficiência, e a desenvolver programas sociais que possibilitem a integração de todos porque este conselho é indubitavelmente para todos e todos aqui têm lugar.”
Na despedida do cargo que ocupou durante três mandatos, depois de ter exercido como presidente da Câmara Municipal do Seixal durante quatro mandatos, Alfredo Monteiro, expressou “uma palavra de grande apreço a todos os que cessaram a activdade autárquica e aos que ao longo de quase cinco décadas, desenvolveram cargos autárquicos”, relembrando vários projectos desenvolvidos no concelho.”
Foi ainda eleita a Mesa da Assembleia Municipal, à qual concorreram três listas, apresentadas pela CDU, AD e Chega, vencendo a lista A, (CDU/PS) com Brázio Romeiro (CDU) como presidente da Assembleia Municipal, primeira secretária Isabel Antas (PS) e segundo secretário António Santos (CDU).
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