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Mudança polémica na ULS Almada/Seixal: Ex-presidente diz que “deselegância imperou” na sua saída

A ex-presidente da Unidade Local de Saúde de Almada/Seixal, Teresa Machado Luciano, foi informada da sua substituição mediante um telefonema do seu sucessor, Pedro Correia Azevedo. A ex-dirigente lamenta a falta de comunicação prévia da tutela e considera a situação “deselegante”.

A substituição da liderança da Unidade Local de Saúde de Almada/Seixal (ULSAS) gerou polémica, depois de Teresa Machado Luciano ter revelado que soube da sua saída mediante um telefonema do seu sucessor, sem qualquer aviso prévio da tutela. A decisão do Governo foi anunciada na quinta-feira à noite, com a publicação oficial da nomeação de Pedro Correia Azevedo no Diário da República, tendo efeitos imediatos.

“Até no momento da saída a deselegância imperou”, afirmou Teresa Machado Luciano, que aponta para uma falta de consideração institucional na forma como foi informada. A ex-presidente do Conselho de Administração da ULSAS lembra que o seu mandato estava previsto para terminar apenas em dezembro de 2026 e admite recorrer a meios legais para contestar a decisão.

A nova equipa, agora liderada por Pedro Correia Azevedo, já tomou posse. O médico, que já passou pelo Hospital Garcia de Orta e é militante do PSD/Almada, assume a presidência do Conselho de Administração da ULSAS, acompanhado por Ana Luísa da Silva Broa como diretora clínica hospitalar, Sénia Marisa Sousa Guerreiro para a área de Cuidados de Saúde Primários, Miguel Ângelo Madeira Rodrigues como vogal executivo e Susana Almeida Graúdo como enfermeira diretora.

A saída de Teresa Machado Luciano ocorre num contexto de mudanças na estrutura de gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas a ex-presidente não esconde a sua insatisfação com o processo. “Este nível de tratamento revela uma forma perturbadora de descarte de altos dirigentes do Ministério da Saúde, com a qual não me revejo e que só posso condenar”, afirmou.

Em setembro de 2024, Teresa Machado Luciano já tinha denunciado, numa audição parlamentar, que a Direção Executiva do SNS pediu a sua demissão e da sua equipa, sem apresentar qualquer fundamentação. O então diretor-executivo, António Gandra D’Almeida, negou que a administração tivesse sido demitida e garantiu que o mandato terminaria em dezembro de 2024. No entanto, o Conselho de Administração da ULSAS contestou essa afirmação, divulgando um comunicado onde reafirmou que a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, confirmou a demissão e até revelou, na RTP1, o nome do novo presidente.

A ex-presidente destacou ainda o trabalho dos profissionais da ULSAS, sublinhando que “a equipa de saúde de Almada e Seixal é de excelência e merece ser respeitada”. Apesar da sua saída forçada, espera que a nova administração esteja “à altura do enorme desafio que terá pela frente”.

A Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal integra o Hospital Garcia de Orta e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, servindo uma população de cerca de 350 mil habitantes.


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