Mudança histórica em sete autarquias e 17 mantêm lealdade política
Sete câmaras municipais mudaram pela primeira vez de cor política nas autárquicas, enquanto 17 concelhos permanecem fiéis à mesma força desde 1976.
As eleições autárquicas de domingo deixaram um rasto de viragem política em várias zonas do país. Pela primeira vez, sete municípios trocaram de cor, marcando o fim de lideranças que pareciam inabaláveis.
O Partido Socialista conquistou ao PSD as câmaras de Penedono (Viseu) e Mação (Santarém), enquanto os sociais-democratas devolveram o golpe ao PS em Lourinhã e Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
A sul, o PS retirou à CDU o comando da Câmara de Serpa, no distrito de Beja, e o movimento independente STC — Somos Todos Cidadãos destronou a coligação comunista em Santiago do Cacém, um dos bastiões históricos do distrito de Setúbal.
Também em Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, o movimento independente “Condeixa Novos Caminhos” fez história ao vencer pela primeira vez o PS, abrindo um novo ciclo político local.
Apesar das mudanças, 17 municípios resistem à alternância partidária, mantendo-se leais à mesma força política desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976.
Entre os “eternos socialistas” contam-se Gavião e Campo Maior (Portalegre), Alenquer (Lisboa), e Olhão e Portimão (Faro). O PS mantém ainda o controlo de Odivelas, concelho criado em 1998, sempre governado pelo partido.
Do lado do PSD, a fidelidade mantém-se firme em Câmara de Lobos e Calheta (Madeira), Boticas e Valpaços (Vila Real), Arcos de Valdevez (Viana do Castelo), Santa Maria da Feira (Aveiro) e Oleiros (Castelo Branco).
Já a CDU conserva os seus bastiões em Palmela e Seixal (Setúbal), Avis (Portalegre) e Arraiolos (Évora), concelhos que permanecem sob liderança comunista há quase meio século.
Esta fotografia eleitoral revela um país dividido entre mudança e continuidade, onde os movimentos independentes e os partidos tradicionais testam os limites do poder local.
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