
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP) acusou hoje formalmente Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves, Benfica SAD e a SAD do Vitória Futebol Clube, no chamado “caso dos emails“, em que Luís Filipe Vieira e outros dirigentes do Benfica são suspeitos de “corrupção ativa e passiva agravados” e “prática de crimes de fraude fiscal qualificada”, que incluem a transferência de jogadores.
De acordo com as informações avançadas pelos órgãos de comunicação social nacionais, como a RTP, o Público, ou A Bola, e com a nota publicada no site oficial do MP, o despacho de acusação do Ministério Público pede a suspensão do Benfica em competições, por um período de 6 meses a 3 anos, algo também pedido para o Vitória Futebol Clube, pelo facto deste último ter sido o alvo dos alegados crimes de falsificação de negócios e transferência de jogadores para o clube sadino, em que estes não eram pagos pelo clube da Luz pelas contratações, mas com os quais gastava cinco vezes mais do valor de mercado em comissões (725 mil euros contra 4,25 milhões).
No entanto, o Benfica já fez conhecer a sua posição, afirmando que “se defenderá, sem hesitar, de todas as acusações infundadas“. Por outro lado, o Diário do Distrito tentou contactar o presidente do Vitória Futebol Clube, Carlos Silva, tendo em vista a prestação de declarações, mas não obteve resposta.
Em causa neste caso estão, de acordo com a acusação, a alegada elaboração de um plano entre o Benfica SAD e o Vitória Futebol Clube SAD “que passava pela disponibilização de fundos ou de outros ativos com valor desportivo, por parte de uma à outra”, cujos valores eram atribuídos “através da celebração de contratos entre as referidas sociedades desportivas, que titulavam operações fictícias”.
Para além disso, “pelo menos a partir de junho de 2014, os legais representantes de uma daquelas sociedades desportivas, em representação e no interesse da mesma, por um lado, e os legais representantes de uma sociedade sediada no Brasil, executaram um plano que visava o objetivo de desviar elevadas quantias de dinheiro do circuito formal, bancário e contabilístico da primeira“. Com isto, o objetivo seria “justificar o pagamento de elevadas quantias a título de comissões por serviços de intermediação – serviços que não foram efetivamente prestados“, algo que trouxe um “impacto negativo nas receitas fiscais e gerando vantagens patrimoniais indevidas na esfera da sociedade desportiva declarante“.
(em atualização)
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SLB e FCP foram durante décadas duas faces impunes da mesma má moeda da corrupção e tráfico de influências que deturparam a verdade desportiva e prejudicaram a economia do desporto em Portugal numa política indecorosa de extração de valor que permitiu que as mais valias da formação mais frutuosa de talentos e o crescimento económico e desportivo nos outros clubes fossem constantemente pirateados para que só um reinasse, custasse isso o que custasse à valorização e à sustentabilidade do desporto português no seu todo e às dos outros clubes, por este modus operandi vitimados. Hoje muitos deles já falidos, insolventes ou extintos ainda que por vezes refundados, mas para sempre feridos e espoliados pelos agentes de toda esta velhacaria. A começar pelo maior rival declarado que sempre se distinguiu pela ética deontológica institucional e desportiva e sempre foi um polo formador destacado que contudo não fazia os seus talentos campeões enquanto estes não fossem para campeonatos onde a obscura impunidade nacional não lançasse os seus tentáculos azuis e encarnados. Isto que foi prática corrente nos clubes agora amplamente desmascarados é o inverso de utilidade pública e mérito desportivo. Isto é política terceiro mundista avessa ao progresso económico e social. Isto é e sempre foi uma vergonha!