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Movimento Zero aplaude convocatória do Director Nacional Adjunto da PSP ao Parlamento

Movimento Zero quer respostas para problemas dos agentes da autoridade

O Movimento Zero, organização inorgânica que tem vindo a dar voz aos elementos policiais, enaltece o anúncio feito por André Ventura, líder do Chega, de convocar ao Parlamento o Director Nacional Adjunto da PSP, no âmbito da polémica sobre o aumento de casos de suicídios nas forças de ordem, e da posição do superintendente Pedro Gouveia sobre o assunto.

Em causa está a mensagem publicada pelo Movimento Zero no Facebook, onde refere «Dois dias, dois suicídios. A consciência não vos pesa?», após a morte de dois agentes, um na esquadra de Corroios, Seixal, na quarta-feira de manhã, dia em que a PSP assinalava o 158.º aniversário, e o outro polícia na quinta-feira, no quartel da Bela Vista, no Porto, e ambos tinham sido diagnosticados com problemas psicológicos, mas segundo o Movimento Zero sem receberem qualquer acompanhamento.

Em resposta, e da mesma forma, o superintendente Pedro Gouveia, publicou a seguinte mensagem: «E a vossa consciência não vos pesa? Não sabem que estas publicações e postagens são formas de estimular o efeito mimético destas ações? Tenham vergonha criminosos.»

Numa publicação feita há minutos na rede social do Facebook, o Movimento Zero exige agora que as entidades superiores «se expliquem ao país!» e afirma que «enaltecemos a iniciativa que visa convocar o Diretor Nacional Adjunto da PSP ao Parlamento, para que se justifique e preste contas o país sobre a sua conduta, a forma como a direção tem gerido os recursos humanos da instituição e o que o levou a classificar como “𝗰𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗼𝘀𝗼𝘀” aqueles que denunciam os abusos, o silêncio e o sofrimento dentro da própria PSP».

O Movimento questiona ainda se «será o incómodo por revelarmos que 𝗰𝗼𝗺𝗮𝗻𝗱𝗼𝘀 𝗼𝗯𝗿𝗶𝗴𝗮𝗺 𝗽𝗼𝗹𝗶́𝗰𝗶𝗮𝘀 𝗮 𝘁𝗿𝗮𝗯𝗮𝗹𝗵𝗮𝗿 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮𝗹𝗲́𝗺 𝗱𝗮 𝗰𝗮𝗿𝗴𝗮 𝗵𝗼𝗿𝗮́𝗿𝗶𝗮 𝗹𝗲𝗴𝗮𝗹, com cortes sistemáticos de folgas, para assegurar, contra a vontade dos próprios, não o serviço público, mas serviços particulares dos quais a PSP retira proveito?

Ou por dizermos que 𝗼 𝗰𝗮𝗻𝘀𝗮ç𝗼 𝗲𝘅𝘁𝗿𝗲𝗺𝗼, 𝗮 𝗿𝗲𝗮𝘁𝗶𝘃𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗲 𝗮 𝗿𝘂𝘁𝘂𝗿𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝗶𝗮𝗿 são consequências diretas da ausência de descanso, da pressão e do abandono institucional?»

E apontam também se o mal-estar ao nível das chefias se prende com «mostrarmos que 𝗻𝗮𝗱𝗮 𝗳𝗮𝘇𝗲𝗺 𝗷𝘂𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗮 𝘁𝘂𝘁𝗲𝗹𝗮 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗮𝗷𝘂𝘀𝘁𝗮𝗿 𝗮 𝗿𝗲𝗺𝘂𝗻𝗲𝗿𝗮çã𝗼 à 𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗰𝗼𝗺𝗽𝗹𝗲𝘅𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗲 𝗿𝗶𝘀𝗰𝗼 𝗱𝗮 𝗺𝗶𝘀𝘀ã𝗼 𝗽𝗼𝗹𝗶𝗰𝗶𝗮𝗹, negando qualquer motivação e qualidade de vida?

Ou porque não querem enfrentar o drama dos que 𝗽𝗮𝘀𝘀𝗮𝗺 𝗱𝘂́𝘇𝗶𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗮𝗻𝗼𝘀 𝗹𝗼𝗻𝗴𝗲 𝗱𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶́𝗹𝗶𝗮, com colocações em comandos a centenas de quilómetros da sua terra?»

E numa interpelação directa às chefias, escreve o Movimento: «Vocês que “dirigem”, acham normal obrigar um subordinado, sem alternativas, a permanecer mais de 20 anos em Lisboa, até lhe ser permitido reunir-se à família que o espera na sua terra natal?

Acham que isto gera saúde mental? Acham que o conjunto destes factores, conjugado com outros, não levou já muitos a questionar o que andam cá nesta vida a fazer? Sintam vergonha do que nos têm feito!!».

E o Movimento avança ainda que «caso não se retratem e não arranjem soluções para os nossos problemas, iniciaremos protestos à porta da casa que considerais ser só vossa e para vós. Merecemos respeito!»


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3 Comentários

  1. REFLEXÕES EM TORNO:

    DOS PERIGOS SE POLICIAS SE ENFEUDAREM IDEOLOGICAMENTE A PODERES POLÍTICOS CIRCUNSTÂNCIAIS
    E
    DE TITULARES DE CARGOS MINISTERIAIS; ALIENADOS DA REALIDADE
    ———————————————————————-

    Dois polícias suicidaram-se nestes últimos dois dias …
    E este ‘responsável’ presenteia a sua hierarquia subordinada com este discurso e postura.

    Este ‘responsável’ é adjunto do DN Carrilho. O mesmo Carrilho que se prestou a enviar às redacções da comunicação social afirmando que não há criminalidade em crescendo. Comunicado aliás que não deixarei de lhe recordar e que é tão inegável quanto real é a sua existência material, ainda que digitalmente ‘desmaterializado’.
    A IoT, w os computa não permitirãotodavia, que ninguém o olvide.

    A seu tempo, eventualmente, será convocado a explicar esse comunicado na casa da democracia ante os representantes do povo, por ele (povo), eleitos.

    Senhor Director Adjunto da PSP, tenho absoluta discordância relativamente a essa lamentável posição, postura e visão. Dado tudo o que nisto se encerra, naturalmente.

    E tenho absoluta e frontal discordância por mais que possa (o senhor, claro) estar convicto de que esse discurso agrade à actual ministra Maria Lúcia Amaral que (tenho de mim para comigo) viverá alienada das realidades das ruas, do real estado das esquadras e do que é o medo que se vive entre os cidadãos que não saem de casa depois de escurecer e que durante o dia andam na rua olhando por cima do ombro porque nunca se cruzam com um polícia. Só com os da equipa adversária. Com esses sim. É vê-los e temê-los.

    Questiono-me, de mim para comigo, se:

    … CRIMINOSO não será não dar condições de trabalho aos Polícias assegurando condiçõesdeserviçoa quem serve?
    … CRIMINOSO não será não dar os meios necessários aos Polícias para cumprirem as suas funções (leia-se materiais e um quadro legal efectivamente garantistico da defesa das vitimas e não da salvaguarda e protecção da delinquência?
    … CRIMINOSO não será saber que um agente da policia em inicio de carreira aufere um salário mensal igual ao que ganhará por semana uma qualquer sentinela da Cova da Moura ou do Bairro do Cerco e nada fazer em vozearia sutoritária e em frontal altivez pública, para alterar tão nefasta realidade?
    ….CRIMINOSO não será um qualquer pretender calar a/da verdade como qualquer STASI, NKVD, SECURITATE, PIDE ou KGB fariam?
    … CRIMINOSO não será perseguir agentes da lei e da ordem em vez de delinquentes (apesar de sabermos que será mais difícil…)?
    … CRIMINOSO não será o assumir de posturas servilinas, bajulinas, bufolinas, ou concordinas que impliquem o bailar ao ritmo e som de uma torpe Orchestra Rouge, quando se deva afirmar a lealdade ao dever e ao interesse público?

    Reflicta, por favor.
    E…
    Por último, mas não em último:
    Ponderação, moderação, consideração, prudência, circunspecção não são sinónimos de tibieza nem de fragilidade.
    A hierarquia subordinada precisa de percepcionar confiança na hierarquia superior.
    Confiança não se garante com posturas passíveis de confusão com perseguição por delito de opinião.

    Tenho ainda de mim para comigo, que:
    Quem, do alto de toda e posição e estatuto de uma condição hierarquica superior se monte num imaginário cavalo alazão para daí assediar profissional, moral e/ou amedrontar as hierarquias subordinadas nem será digno da imensa responsabilidade de ser superior hierárquico nem estará montado encima de nenhum cavalo. Estar-se-á, antesim e eventualmente, a colocar, debaixo do burro mais velho da estrebaria.
    E não estará a unir, antesim a desunir.
    Nem estará a erguer, antesim a dinamitar.

    Regresso e concluo, ao/com o meu apelo.
    Que reflicta.
    Afinal, como quererá ser visto aos olhos daqueles que lhe estejam hierarquicamente em condição de dependência subordinada mas, de quem dependerá para a obtenção dos resultados que todos desejarão dessa instituição?

    Para reflexão.

    —————————–
    NAÇÃO VALENTE

  2. Portugal a nível de dirigentes é uma autêntica desgraça,gente sem ética e sem categoria absolutamente nenhuma,gente cujo interesse reside apenas no seu ego e no seu tacho e o País que literalmente se …. com F.

  3. O diretor nacional adjunto é um acéfalo. Chamar criminosos aos agentes que supostamente divulgaram o suicídio de um camarada… Já se sabia que a “lei da rolha” está em vigor para as forças de segurança, agora isto é impensável num superior hierárquico que os devia defender.
    Não admira os suicídios na PSP.