Moradores de Santiago do Cacém revoltam-se: “Vamos ficar isolados com caminhos intransitáveis!”
Moradores de freguesias em Santiago do Cacém exigem melhorias nas vias rurais paralelas ao IP8, alertando para o perigo de isolamento e falta de condições de mobilidade.

Os residentes das freguesias de São Francisco da Serra e Santa Cruz, em Santiago do Cacém, manifestaram-se hoje, no Roncão, exigindo acessibilidades seguras e condições adequadas nas estradas rurais paralelas ao IP8, atualmente em obras. O receio da população é que, após a intervenção, fiquem com vias impraticáveis, perigosas e sem possibilidade de circulação condigna.
A obra, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e sob responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), prevê a duplicação do IP8 para perfil de autoestrada, num percurso de aproximadamente 15 quilómetros, entre o nó do Roncão e Relvas Verdes. Contudo, os habitantes denunciam que a melhoria da via principal não inclui nenhuma intervenção nas estradas secundárias que servem as habitações, o que pode deixar dezenas de famílias em situação crítica.
“Percebemos a importância da obra e sabemos que é um avanço para a região, mas e depois? Como nos deslocamos para as nossas casas? Vamos ficar com caminhos de cabra, sem condições e sem segurança?”, questiona Nelson Pereira, um dos porta-vozes da manifestação. Os moradores temem que a falta de intervenção nas vias secundárias comprometa a mobilidade diária, o acesso a serviços e até o socorro em situações de emergência.
“Recentemente, uma ambulância teve dificuldades em chegar a uma casa na zona. Isto não pode acontecer!”, denuncia um dos residentes. Em outubro de 2024, os habitantes lançaram um abaixo-assinado exigindo melhorias nas vias paralelas, tendo recolhido mais de 600 assinaturas. O documento solicita a colocação de pavimento duradouro, em alcatrão ou material similar, para garantir um acesso digno e seguro.
A preocupação chegou até ao presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, que também esteve presente na ação de sensibilização. O autarca pediu uma reunião urgente com o Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, mas até ao momento não obteve qualquer resposta. Para Beijinha, “estão em causa direitos básicos das pessoas, como o acesso às suas habitações, segurança e mobilidade”.
Face à falta de respostas, os moradores prometem “ir até às últimas consequências” para ver garantidos os seus direitos. “Vamos aguardar pela resposta do Governo, mas, se for necessário, não descartamos a possibilidade de avançar com novas manifestações e formas mais extremas de protesto”, afirmam.
Até ao momento, a Infraestruturas de Portugal não respondeu aos pedidos de esclarecimento sobre a reivindicação dos moradores.
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