Montijo pode perder navegabilidade do Tejo e vereador alerta: “Temos de agir já!”
O Montijo enfrenta um desafio crítico: a perda progressiva da navegabilidade do Rio Tejo. Em reunião da Câmara Municipal, o vereador do PSD, João Afonso, alertou para o impacto da falta de investimentos e o assoreamento do rio, que podem comprometer o transporte fluvial e a identidade histórica da cidade.
O Montijo viu a sua ligação ao Tejo diminuir ao longo das últimas décadas, com a construção da Ponte 25 de Abril e a redução do tráfego de mercadorias e passageiros. “Se não invertermos esta tendência, dentro de alguns anos o rio será praticamente inavegável nesta zona”, alertou o vereador. João Afonso apelou à ação conjunta da APA (Agência Portuguesa do Ambiente), do Ministério do Ambiente e dos municípios ribeirinhos para encontrar soluções que devolvam a navegabilidade ao Tejo e promovam o desenvolvimento económico local.
O vereador também abordou a transferência do terminal fluvial do centro do Montijo para junto da Base Aérea, o que afastou ainda mais a cidade do rio. Com a indefinição sobre o aeroporto do Montijo e a possibilidade de um novo aeroporto em Canha, Afonso defendeu ser urgente repensar a localização do terminal e traçar uma estratégia a médio e longo prazo para recuperar o transporte fluvial de passageiros. “Não faz sentido que um meio de transporte mais sustentável e economicamente viável continue a ser negligenciado”, reforçou.
A presidente da Câmara, Maria Clara, reconheceu a preocupação e revelou que a autarquia está a negociar com o Porto de Lisboa um novo protocolo para intervir na antiga estação fluvial, visando a sua reabilitação. No entanto, admitiu que o desassoreamento do Tejo está fora dos planos imediatos, por depender de decisões superiores. “Estamos empenhados em manter a ligação do Montijo ao rio, mas precisamos de mais apoio e investimento”, afirmou.
Com o risco crescente de perda da navegabilidade e a necessidade de um plano estratégico sólido, a discussão sobre o futuro do Tejo no Montijo está longe de terminar. O desafio agora será mobilizar as entidades responsáveis para evitar que a cidade perca definitivamente a sua ligação ao rio que a moldou durante séculos.
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