Montenegro acusado de “incendiar” tensões e usar PSP em disputas com extrema-direita
O BE acusa Luís Montenegro de instrumentalizar a PSP para disputas políticas com a extrema-direita, alimentando tensões sobre imigração em Portugal.
O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, acusou esta sexta-feira o primeiro-ministro Luís Montenegro de instrumentalizar a PSP em prol de uma disputa política com a extrema-direita, denunciando uma alegada “caça aos imigrantes” promovida pelo Governo.
Fabian Figueiredo destacou em conferência de imprensa na sede do BE, em Lisboa, que Montenegro, ao invés de promover a integração dos imigrantes, estaria a conduzir operações que classificou como “musculadas” e potencialmente discriminatórias. “Temos um primeiro-ministro incendiário que arrasta a Polícia de Segurança Pública para a sua campanha política contra o Chega”, declarou o deputado.
“Imigrantes trazem mais segurança a Portugal”
O deputado sustentou que os imigrantes não representam aumento na criminalidade em Portugal. “Os dados mostram que a imigração contribui para a sustentabilidade das contas públicas e da segurança social. Os imigrantes trazem mais segurança ao país”, afirmou.
As declarações ocorrem no contexto da operação policial realizada a 19 de dezembro no Martim Moniz, Lisboa. Segundo Montenegro, a ação visava prevenir condutas criminais e garantir tranquilidade, envolvendo imigrantes e nacionais. O primeiro-ministro refutou as críticas de perseguição e destacou que o Governo não está a instrumentalizar forças de segurança. “A segurança não é de esquerda nem de direita”, sublinhou Montenegro.
Por outro lado, o BE exigiu explicações sobre a atuação da PSP e solicitou audiências parlamentares com o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, a ministra da Administração Interna Margarida Blasco, e a direção nacional da PSP. “Queremos saber se o Governo vai insistir em usar os meios do Estado para subir nas sondagens”, questionou Figueiredo.
A disputa reacende críticas sobre a política de segurança e integração de imigrantes num dos países considerados mais seguros do mundo, onde, segundo o BE, “não há aumento de crimes por imigrantes, mas há uma perceção distorcida incentivada pelo Governo”.
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