Moita

Moita | ‘Não é agora que vão meter uma mordaça ao presidente da Câmara’

Publicação foi feita no Facebook

A segunda reunião da Sessão Ordinária da Assembleia Municipal da Moita decorreu esta sexta-feira, tendo como ponto único a apreciação da actividade municipal, que não foi deliberado na primeira sessão, a 30 de junho.

O assunto que ocupou grande parte da primeira parte da reunião, prendeu-se com a publicação nas redes sociais do presidente da Câmara Municipal da Moita, Carlos Albino, em resposta a questões levantadas por duas munícipes na sessão anterior, acerca da limpeza de ervas na via pública.

A munícipe Rosa Paula Marques, voltou a intervir no período aberto à população, e acusou o presidente de ter usado “o seu perfil pessoal, com a foto de um terreno que nem sequer foi falado, em forma de resposta ou de provocação. Deixei um comentário nesse post, indicando que «a foto não era do local e que já vem sendo hábito o senhor Carlos Albino não diz a verdade, tal como se pode constatar na revista Sábado. Ninguém tem culpa que o senhor não conheça a freguesia (Alhos Vedros).»

O senhor apagou este meu comentário e bloqueou-me, o que agradeço, mas ter apagado o comentário é mesmo muito feio.”

A munícipe continuou referindo que “ainda não percebi a necessidade de um presidente ir para as redes sociais provocar os munícipes, mas o senhor lá saberá o porquê, até porque nas reuniões públicas e nas assembleias não nos responde” e garantiu que “não me irá demover de vir a esta casa denunciar as situações que em nada beneficiam quem vive neste concelho”.

Também a munícipe Helena Valente Simões lamentou que “o senhor presidente na anterior sessão tenha pedido para que não fossem lançados boatos nas redes sociais, o que o senhor próprio fez.

O facto de ser uma munícipe participativa na minha comunidade, não lhe dá o direito, nem admito, que faça juízos de valor sobre a minha pessoa, muito menos nas redes sociais. Aquilo que vim aqui falar é verdade e por isso é que foram cortar as ervas estes dias. E identificar-me com o PCP, é com muito orgulho que lhe digo que sou membro do Partido Comunista.”

Artur Varandas, presidente da Junta de Freguesia de Alhos Vedros, relembrou que “a senhora Rosa Paula Marques tem vindo desde 2016 alertar para a situação das ervas em vários locais e a solicitar o seu corte. As situações têm vindo a ser corrigidas e há trabalhos a ser feitos.”

Já na sua intervenção a deputada municipal Teresa Léxico (PCP) relembrou a moção aprovada “na primeira sessão deste órgão, que falava de populismo, do aumento da extrema-direita, mas temos de começar a pensar porque é que isso está a acontecer em Portugal.

E quando aprovamos um documento sobre o aproveitamento do trabalho democrático, temos de ponderar se não estamos a contribuir, com a nossa forma de ser, para esse aumento.

Na Moita nunca tivemos um presidente que fosse para as redes sociais falar/escrever da forma como fez. Isto não deve acontecer. É mau para os democratas e não podemos admitir que isto volte a acontecer. O munícipe vem aqui e fala olhos nos olhos com o presidente e o executivo, e é obrigatório responderem-lhe com clareza.”

‘O tempo da censura já passou

Em defesa da sua posição, Carlos Albino afirmou que “já foram muitos anos de ditadura, de direita, muitos anos de maioria absolutíssima do PCP no concelho da Moita, não é agora que vão meter uma mordaça, amordaçar o presidente da Câmara. O tempo da censura já passou.”

Garantiu depois que “tenho muito gosto de receber a senhora Paula Marques, que vem cá uma e outra vez colocar as mesmas questões mesmo que não tenham qualquer adesão com a realidade, porque acha que se o fizer as pessoas pensam que é verdade, mesmo quando lhe são dadas as respostas uma e outra vez.”

Acerca da publicação nas redes sociais, afiançou que “falei de forma geral e abstrata, quem seria eu para falar de outra forma. Acontece que o espaço adjacente estava limpo. Estamos cá todos os dias para receber quem pretender, mas preferem vir aqui colocar as coisas da forma como entendem ser os seus interesses.”

Durante a sua intervenção, Carlos Albino apelou a elementos do público para “que saibam comportar-se, porque a forma como comentam do fundo da sala, nada abona à condução dos trabalhos. Qualquer dia vou pedir uma câmara para filmar o fundo da sala porque não satisfeitas com o ruído que causam, ainda gesticulam e nem vou dizer o tipo de gestos que estão a fazer. Só tenho a dizer que é indigno para quem está aqui sentado e para quem está a assistir a este triste espectáculo.”

No final de cerca de uma hora de discussão, António Chora, numa curta declaração, afirmou que “sou eu que conduzo os trabalhos da melhor maneira que consigo, e é muito difícil conduzir trabalhos quando, em vez de respostas, se joga pingue-pongue na política”.

António Chora declarou ainda que “gostei muito da segunda parte da intervenção do senhor presidente, foi muito objectiva. Mas o senhor chamou-me a atenção sobre a condução dos trabalhos, e é difícil fazê-lo quando a política se faz com pingue-pongue.”


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