Mistério do sismo no Seixal: o que está por trás do abalo que surpreendeu Portugal?
Um sismo de magnitude 4.7 na escala de Richter abalou a região de Lisboa e Setúbal, deixando muitas questões em aberto. O que está na origem deste fenómeno? Especialistas apontam para uma falha sísmica ligada à “Cadeia da Arrábida”.

O sismo que ocorreu na terça-feira, com epicentro a 14 quilómetros a oeste-sudoeste do Seixal, foi sentido com intensidade em Sintra e Almada, chegando a atingir o nível V na escala de Mercalli. Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o abalo foi seguido de duas réplicas de menor intensidade, registando-se valores de 2.4 e 1.7 na escala de Richter.
Os cientistas apontam como principal causa do sismo uma falha na chamada “Cadeia da Arrábida”, uma estrutura geológica formada pelo mesmo processo tectónico que deu origem às serras da Arrábida, de Sintra e até aos Pirenéus. Esta zona é conhecida pela sua complexa composição geológica, resultante de um longo histórico de atividade tectónica e vulcânica que remonta a milhões de anos.
Estruturas geológicas escondem segredos do subsolo
O IPMA destaca que a região afetada pelo sismo se encontra numa área de grande complexidade geológica, onde se acumulam rochas sedimentares do Jurássico e do Cretácico e resquícios de atividade vulcânica do Complexo Magmático de Sintra e do Complexo Vulcânico de Lisboa. Estes processos ocorreram ao longo de 90 milhões de anos, tornando o subsolo da região particularmente instável.
A zona afetada pelo abalo faz parte de um sistema de falhas conhecido, onde estão presentes duas grandes unidades estruturais: a Cadeia da Arrábida, a sul, e o Sinclinal de Albufeira, a norte. Os primeiros estudos indicam que o tremor de terra pode ter sido causado por uma falha que se formou paralelamente à Cadeia da Arrábida, mas outras hipóteses continuam a ser analisadas pelos especialistas.
Sismos: o que significam os números?
Na escala de Richter, um sismo com magnitude entre 4.0 e 4.9 é considerado ligeiro, mas pode ser suficiente para ser amplamente sentido pela população. O abalo registado na região da Grande Lisboa causou preocupação, mas não resultou em danos significativos. O IPMA continua a monitorizar a situação para avaliar eventuais réplicas ou alterações no comportamento sísmico da região.
Os abalos sísmicos em Portugal são frequentes, devido à proximidade da zona de subducção entre as placas tectónicas Euroasiática e Africana. No entanto, eventos como este reforçam a necessidade de manter planos de prevenção e uma constante monitorização sísmica para garantir a segurança da população.
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Pode ter vindo daí o terramoto de 1755 , sem hipóteses da reação , como foi agora