Médicos da ULS Almada Seixal Sob Pressão: Fnam aconselha declínio de responsabilidade
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) emitiu um alerta urgente, recomendando que médicos da Unidade Local de Saúde (ULS) Almada Seixal apresentem escusas de responsabilidade. A medida drástica surge em resposta à grave falta de profissionais de saúde, especialmente nas urgências, expondo pacientes e médicos a riscos inaceitáveis.

A situação crítica na ULS Almada Seixal escalou a um ponto alarmante, com a Fnam a aconselhar formalmente os médicos a apresentarem escusas de responsabilidade. No último fim de semana, o Hospital Garcia de Orta, em Almada, viu as suas escalas de urgência desfalcadas, contando maioritariamente com médicos internos e prestadores de serviço.
No sábado, especialidades cruciais como a Via Verde do AVC e a Ginecologia/Obstetrícia operaram com quadros incompletos. O cenário agravou-se no domingo, quando os serviços de Urgência Geral, Pediátrica e de Ginecologia/Obstetrícia foram sustentados por apenas dois anestesiologistas até as 18h, e um único profissional no período seguinte, até as 8h.
A presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, expressou profunda preocupação com a situação, classificando o fim de semana como “o cúmulo”. Segundo ela, a escassez de anestesiologistas coloca em risco a vida de pacientes e a segurança dos médicos.
Diante da crise, a Fnam exorta os médicos a “entregar as minutas de declinação de responsabilidade funcional”, como forma de proteção diante da “falta de condições adequadas ao exercício da atividade médica”. A federação adverte que a situação pode levar a um “risco acrescido de erro médico”, com “claro prejuízo para o utente e para o próprio médico”.
A Fnam não poupou críticas à administração da ULS Almada Seixal, acusando-a de “colocar em risco a segurança de médicos e utentes”. A tentativa de remanejar ginecologistas do serviço de urgência para o Hospital do Barreiro foi apontada como uma medida que agrava a crise.
Em resposta, o novo conselho de administração da ULS Almada Seixal, que assumiu funções na última sexta-feira, manifestou compromisso em “reforçar a resposta interna da instituição”. A administração assegura que está trabalhando em conjunto com os profissionais de saúde para “encontrar as melhores soluções” e “garantir uma resposta de qualidade aos utentes”.
O Governo também agiu, nomeando o médico Pedro Correia Azevedo como o novo presidente do Conselho de Administração da ULS de Almada/Seixal. A nomeação, publicada em Diário da República, surtirá efeitos a partir de sexta-feira.
A Fnam, por sua vez, continua a acompanhar a situação de perto e agendou uma reunião sindical com médicos do Hospital Garcia de Orta para sexta-feira. O objetivo é ouvir e apoiar os profissionais de saúde neste momento crítico.
A crise na ULS Almada Seixal afeta diretamente utentes, grávidas, puérperas e crianças de Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Moita e Alcochete, áreas de abrangência do Hospital Garcia de Orta e do Hospital Nossa Senhora do Rosário.
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