Maternidade do Barreiro em risco: PSD exige explicações urgentes à ministra da Saúde

Os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Setúbal exigem uma reunião urgente com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, após a revelação de uma proposta que prevê o encerramento da maternidade do Hospital do Barreiro. A medida, que surge no âmbito de um estudo técnico, tem gerado forte contestação por parte dos representantes do partido, que defendem que o encerramento não pode ser a solução para os problemas na região.

A proposta, apresentada por um grupo de peritos, sugere a criação de um centro maternoinfantil na Península de Setúbal, integrando o Hospital do Barreiro e o Hospital Garcia de Orta, em Almada, num regime de urgência metropolitana. No entanto, os deputados do PSD afirmam ter sido “surpreendidos” com esta possibilidade, que consideram “alarmista” e “precipitada”.

Bruno Vitorino, Teresa Morais, Sónia dos Reis e Paulo Edson Cunha, deputados do PSD, sublinharam que o partido “sempre se opôs a esta possibilidade”, destacando que a maternidade do Barreiro é a segunda maior do distrito em número de nascimentos e serve uma das regiões mais populosas do país. “A herança socialista na área da saúde é pesada, e nos últimos 8 anos perdemos muitos profissionais de saúde, especialmente na área de ginecologia-obstetrícia. Encerrar uma maternidade não resolve o problema”, afirmaram.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, explicou que a proposta foi testada com sucesso no norte do país e visa melhorar a resposta às necessidades das mulheres e famílias da região. No entanto, garantiu que “nenhuma decisão foi tomada” e que o Governo só avançará com alterações após ouvir os autarcas, conselhos de administração e equipas hospitalares.

O presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, anunciou que os autarcas da região vão pedir uma reunião de urgência com a ministra para discutir as medidas propostas. Rosa criticou a falta de recursos humanos e defendeu que a solução passa pela valorização dos profissionais de saúde. “Enquanto não se tomarem medidas de fundo, que passam pela valorização das carreiras e pela retenção de profissionais no Serviço Nacional de Saúde, continuaremos a discutir estes problemas”, afirmou.

A comissão de utentes do Barreiro também repudiou a possibilidade de encerramento da urgência de obstetrícia, considerando-a uma medida “lamentável”. Por outro lado, a administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS) defendeu a concentração de urgências como solução para os constrangimentos, mas alertou para a necessidade de garantir recursos humanos.

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