Margem Sul apresenta apenas uma urgência de obstetrícia a funcionar nesta quinta-feira
Esta quinta-feira (09), as grávidas da Margem Sul do Tejo terão apenas uma urgência de obstetrícia em funcionamento, a do Hospital Garcia de Orta em Almada, devido ao fecho temporário dos serviços no Barreiro e em Setúbal.
Encerramentos de serviços de obstetrícia e ginecologia voltam a limitar resposta às grávidas
Os sucessivos encerramentos das urgências de obstetrícia continuam a causar constrangimentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Nesta quinta-feira, segundo a SIC Notícias, tanto o Hospital do Barreiro como o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, mantêm encerrados os respetivos serviços de obstetrícia e ginecologia, deixando toda a Margem Sul dependente do Hospital Garcia de Orta.
A carência de médicos especialistas é o principal motivo para a limitação das escalas. Por exemplo, no Barreiro, o serviço deverá apenas reabrir no sábado, quando estiver garantido o número mínimo de profissionais.
Mais de 60 partos em ambulâncias desde o início do ano
A falta de alternativas tem levado, portanto, a um aumento dos partos realizados fora dos hospitais. De acordo com dados do SNS, já ocorreram mais de 60 partos em ambulâncias desde o início deste ano de 2025.
O diretor do Serviço Nacional de Saúde, Álvaro Almeida, reconheceu que a escassez de obstetras é um problema generalizado, tanto no setor público como no privado. Aliás, inclusive admitiu que alguns encerramentos poderão repetir-se no âmbito da reorganização das chamadas urgências regionais. “Não existem obstetras suficientes para assegurar todas as escalas”, afirmou, sublinhando que o novo modelo pretende incluir reforços no transporte de doentes e grávidas.
Ministra admite impacto na confiança no SNS
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, comentou igualmente sobre as dificuldades recentes no setor, lembrando o caso de um parto ocorrido no chão da urgência do Hospital de Gaia. A governante considerou o episódio “inaceitável” e reconheceu que situações semelhantes “abalam a confiança dos portugueses” no sistema público de saúde.
Dessa forma, o Governo espera que o novo plano para as urgências regionais ajude a restabelecer a confiança das famílias e a garantir uma maior estabilidade no acesso aos cuidados de obstetrícia.
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