Mais de 3 mil suspeitos de abandono de animais em dez anos
GNR e PSP registaram este ano 331 crimes de abandono de animais, sobretudo cães e gatos. Verão continua a ser o período mais crítico.
As autoridades policiais já contabilizaram 331 crimes de abandono de animais de companhia em 2025, até final de julho. A GNR registou 214 ocorrências e a PSP somou 117 até junho, revelando que o problema continua a crescer em todo o país.
Em dez anos, foram 6711 crimes sinalizados, sobretudo envolvendo cães e gatos. As estatísticas apontam o verão como o período mais crítico, quando muitos donos optam por deixar os animais para trás durante as férias.
De acordo com dados da Direção-Geral da Política de Justiça, 2015 marcou o início do crime de abandono no Código Penal, tendo sido então identificados 304 suspeitos. O número foi subindo ao longo dos anos, atingindo um pico em 2022, com 364 pessoas sinalizadas. No total da última década, 1308 suspeitos foram mulheres.
A lei prevê que o abandono de animais de companhia seja punido com pena de prisão até seis meses ou multa até 60 dias. A GNR sublinha que “o abandono acarreta sempre responsabilidade” e apela a um comportamento responsável dos detentores de animais, lembrando que existem alternativas como associações e abrigos, se forem comunicadas às autoridades.
A Liga Portuguesa dos Direitos dos Animais reforça que nunca se deve deixar um animal à sua sorte. Florbela Chaves, responsável pela instituição, lamenta que muitos cidadãos ainda vejam os animais como “um presente de ocasião”. “Há quem arranje um cão para o Natal e depois não saiba o que fazer dele. Ter um animal é uma responsabilidade e não apenas em datas especiais”, alerta.
A associação recorda ainda a existência de uma linha SOS Internacional dos Animais Abandonados, disponível para situações de emergência, sublinhando que ainda falta sensibilização sobre as alternativas ao abandono.
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