MotorOpinião

Juke Hybrid: 51 mil km de confiança e estilo

51 mil quilómetros depois, o Juke Hybrid continua a ser o meu “crossover-camaleão”: urbano por instinto, poupado por engenharia e com aquela estética branca com tejadilho preto que não passa despercebida.

Esta é a crónica de dois anos de convivência diária com um Nissan Juke Hybrid N-Design (2023), maioritariamente branco e de tejadilho preto. Um relato pessoal — e jornalístico — sobre um B-SUV que me tem levado a todo o lado sem dramas, com materiais que resistem ao tempo e um sistema híbrido que, por continuar a ser menos comum no segmento, ainda arranca perguntas no semáforo.

Entrar hoje no meu Juke é quase como entrar no dia em que o levantei: plásticos, tecidos e comandos continuam impecáveis, sem marcas de uso relevantes. Em dois anos e 51 000 km, não ganharam brilhar de sol ou ruídos parasitas. A posição de condução continua natural, a visibilidade é aquela de sempre (boa à frente, mais contida atrás), e a estética do N-Design em branco com tejadilho preto mantém o lado “statement” do Juke — um carro que não tenta ser neutro.

Mas é no coração híbrido que este Juke se distingue. A graça do sistema está no casamento de um 1.6 a gasolina de 94 cv com um motor elétrico principal de 49 cv e um gerador/arranque de 15 kW, alimentados por uma bateria de 1,2 kWh e ligados a uma caixa multimodo sem embraiagem com 15 combinações, tecnologia partilhada no seio da Aliança com a Renault e pensada para privilegiar o funcionamento elétrico sempre que faz sentido. Resultado? 143 cv combinados, arranques naturalmente em modo EV e uma fluidez mecânica que em cidade nos lembra porque é que os híbridos ainda fazem tanto sentido.

A Revista Turbo descreveu bem esta arquitetura: um híbrido série/paralelo que permite forte assistência elétrica e consumos contidos, com aquele “truque” da caixa inédita que dispensa embraiagem e gere engrenagens para otimizar eficiência e resposta. No mesmo ensaio, sublinharam o papel do e-Pedal Step (desaceleração acentuada ao levantar o pé), útil no pára-arranca urbano. É exatamente isso que sinto: mais do que “números”, há uma coerência mecânica diária — sobretudo a baixa velocidade — que nos poupa travagens e gota.

Do lado oficial, a Nissan aponta para até menos 21% de consumo face ao 1.0 a gasolina equivalente e anuncia 0-100 km/h em 10,1 s e potência combinada de 105 kW (143 cv). Em condução real, confirmo o espírito: não é um “sprinter”, mas é rápido quanto baste, muito suave em meio urbano e previsível em estrada, com aquele empurrão elétrico inicial que torna o arranque mais fácil e limpo.

A Razão Automóvel já tinha assinalado, quando o Juke Hybrid chegou, a lógica deste conjunto: motor 1.6 atmosférico, elétrico de tração, gerador de alta tensão e gestão inteligente que privilegia o modo elétrico, tudo orientado para baixar consumos sem transformar a experiência numa aula de hipermiling. Foi exatamente o que encontrei na prática, sobretudo nos trajetos urbanos e periurbanos.

Em dois anos, o capítulo “custos” tem sido simpático: revisões dentro da normalidade, travões que agradecem a regeneração e pneus que sofrem mais do estilo de condução do que do carro. A bagageira não é de “família numerosa”, mas chega para a rotina; os bancos traseiros acomodam dois adultos com dignidade. A tecnologia (ligação smartphone, ajudas à condução) não me deixou apeado e o acabamento N-Design dá-lhe o tal “twist” visual que me fez escolher a combinação branco + tejadilho preto.

Balanço de 2 anos:
Se me perguntarem “voltavas a comprá-lo?”, a resposta curta é sim. Porque o Juke Hybrid é um daqueles carros que faz sentido quando o tema é viver (mesmo) com ele: fácil na cidade, competente em AE, silencioso quando interessa, e com um sistema híbrido ainda pouco comum no segmento — o suficiente para continuar a ser assunto e, mais importante, para continuar a poupar. E porque, 51 mil quilómetros depois, continua a parecer novo por dentro. Para um “crossover-camaleão”, não está nada mal.


Se tiver sugestões ou notícias para partilhar com o Diário do Distrito, pode enviá-las para o endereço de email geral@diariodistrito.pt


Sabia que o Diário do Distrito também já está no Telegram? Subscreva o canal.
Já viu os nossos novos vídeos/reportagens em parceria com a CNN no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Siga-nos na nossa página no Facebook! Veja os diretos que realizamos no seu distrito

fertagus

palmela