ISCSP atribui título de Diretora Emérita do CIEG à Professora Anália Torres
No próximo dia 23 de outubro, às 17:00, no Auditório Óscar Soares Barata do ISCSP-ULisboa, realizar-se-á a cerimónia de atribuição do título de Diretora Emérita ao CIEG à Professora Anália Torres, uma figura de destaque nos estudos de género em Portugal.

A Professora Anália Torres, socióloga de renome nacional e internacional, será formalmente homenageada com o título de Diretora Emérita do CIEG (Centro Interdisciplinar de Estudos de Género) como reconhecimento pela sua liderança e contribuição para o desenvolvimento dos estudos de género no panorama acadêmico português.
Este momento decorre no ISCSP, local com o qual Torres está fortemente ligada — é professora catedrática de Sociologia nessa instituição e tem desempenhado um papel decisivo na consolidação da investigação em género no país.
A cerimónia assume um caráter simbólico, celebrando não apenas o percurso pessoal da investigadora, mas também o crescimento e a relevância crescente do CIEG como espaço de referência nos estudos de género em Portugal e além-fronteiras.
Durante o evento, espera-se intervenção de figuras académicas ligadas ao ISCSP e ao campo dos estudos de género, bem como uma breve reflexão sobre os desafios futuros nessa área — entre os quais, a interseção entre género, políticas públicas, desigualdades e inovação social.
Perfil de Anália Torres
Identificação e formação
Anália Torres é socióloga, doutorada em Sociologia, e professora catedrática no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP-ULisboa).
No seu percurso, participou ativamente na criação de cursos de pós-graduação e doutoramento em género, assim como na estruturação da investigação sociológica no ISCSP.
Contribuições institucionais e científicas
- É fundadora e diretora do CIEG – Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP.
- O CIEG, sob sua liderança, foi classificado como “Excelente” em duas avaliações pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
- Ocupou cargos de relevo em associações científicas: foi Presidente da European Sociological Association (ESA) entre 2009 e 2011, e Presidente da Associação Portuguesa de Sociologia (APS) entre 2002 e 2006.
- Também teve funções de âmbito nacional: fez parte do Conselho Científico da FCT para as Ciências Sociais e Humanidades (2012–2014) e integra (desde 2020) o Conselho de Administração da A3ES (Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior).
Temas de investigação e impacto
A produção científica de Anália Torres inclui estudos nas áreas de género, família, casamento, divórcio, políticas sociais e desigualdades. Por exemplo, a obra Casamento em Portugal: uma análise sociológica é um dos seus trabalhos mais citados.
Segundo a Wikipédia, algumas das suas análises sobre casamento e divórcio teriam influenciado modificações legislativas em Portugal, incluindo no regime de divórcio e no combate ao assédio sexual no trabalho.
Além disso, Torres tem participação regular como avaliadora e parecerista em projetos internacionais, fortalecendo a visibilidade dos estudos de género portugueses no cenário global.
Outros papéis académicos
No ISCSP, Anália Torres coordenou ou cofundou programas de doutoramento e mestrado, inclusive o doutoramento em Sociologia e o doutoramento em Estudos de Género em consórcio com outras instituições universitárias.
Também liderou a criação de pós-graduações e cursos especializados, como igualdade de género e família.
Reconhecimentos e distinções
Em 2023, foi agraciada com a Medalha de Mérito Científico atribuída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal (MCTES).
Perfil do CIEG (Centro Interdisciplinar de Estudos de Género)
Identidade e natureza institucional
O CIEG é um centro de investigação vinculado ao ISCSP-ULisboa, com financiamento (ou enquadramento) da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
É, até hoje, o único centro em Portugal dedicado exclusivamente aos estudos de género.
Foi formalmente criado em fevereiro de 2012.
Missão, objetivos e linhas de atuação
O CIEG define-se como um espaço de congregação de investigadores/as em género, promovendo a investigação, formação, publicação e disseminação de conhecimento nessa área.
As linhas temáticas mais visadas incluem:
- Género, feminismos e estudos sobre as mulheres
- Políticas, instituições e cidadania
- Género e construção das sociedades contemporâneas
O CIEG também busca estabelecer ligações com centros nacionais e estrangeiros, privilegiando redes europeias, latino-americanas, lusófonas e com países dos PALOP (países africanos de língua portuguesa).
Avaliação e reconhecimento
O CIEG foi classificado com a designação “Excelente” pela FCT em 2015 e em 2019, em avaliações de unidades de investigação.
Esse reconhecimento reforça o prestígio do centro no panorama científico português.
Atividades e dissipação de conhecimento
- O CIEG organiza congressos nacionais e internacionais, conferências temáticas (“Género em Debate”), workshops e seminários.
- Também coordena cursos de formação avançada: pós-graduação em Igualdade de Género, formação especializada, entre outros.
- Edita publicações científicas, e-books e promove a disseminação do conhecimento de forma aberta, inclusive com e-books de comunicações de congressos.
Desafios e relevância atual
O CIEG assume um papel estratégico no cenário português como polo de referência na investigação em género, respondendo a desafios sociais emergentes — desigualdades de género, políticas públicas de igualdade, interseccionalidades e novas formas de discriminação.
A atribuição do título de Diretora Emérita à Anália Torres é, assim, também uma forma de reconhecer simbolicamente este projeto institucional e seu peso na produção intelectual e social em Portugal.
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