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Insólito: Português preso há mais de 35 anos nos EUA pode ser ilibado pelo crime de violação

No ano de 1985, Norberto Andrade foi acusado de ter violado uma jovem de 19 anos com recurso a uma faca no apartamento da vítima, em Pawtucket, estado norte-americano de Rhode Island.

Na altura, o português tinha 24 anos e andava com frequência pela avenida Mineral Spring, perto do local onde o crime foi cometido. Um sargento da polícia, John Seebeck, ao ouvir a descrição da mulher acerca do homem que tinha cometido a violação, apontou todas as suspeitas a Norberto Andrade. A sua estatura [1,50 metros], o tom de pele morena e o sotaque português, foram fatores que fizeram com que a polícia visse no homem, o principal suspeito.

“Achamos que podia ser Norberto, porque ele morava naquele apartamento. Ele usou a escada de incêndio”, lembrou Seebeck, que abandonou o cargo de capitão da força policial em 2016.

No entanto, os avanços tecnológicos na pesquisa de ADN estão a gerar dúvidas acerca da condenação de Andrade. No dia 3 de janeiro, um teste de ADN realizado pelo Departamento de Saúde do estado, mostrou que as evidências retiradas da unha da vítima na sequência do ataque podem não ter vindo do português, que tem agora 61 anos.

“O meu cliente manteve sempre a sua postura de inocente do crime pelo qual foi condenado, ele é inocente destas acusações”, afirmou a sua advogada, Stefanie Murphy, durante o processo que aconteceu dia 5 de janeiro perante o juiz da Corte Superior, Robert D. Krause. “O meu cliente pretende levar o caso até às últimas consequências e ser exonerado das acusações”, acrescentou a advogada.

Murphy está a tentar que o português seja libertado o mais rapidamente possível, mas o tribunal põe o pé no travão e diz que ainda é cedo para tirar conclusões.

O estado ainda está a avaliar os resultados do teste e já entrou em contacto com a vítima, indicou a procuradora-geral adjunta Judy Davis ao tribunal.

“Nós concordamos que há potencial para pedir desculpa neste caso. No entanto, para que isso aconteça, é preciso analisar o caso de forma muito mais profunda, e para isso, será necessário tempo”, explicou Davis.

Resta agora ao português aguardar pelo término da investigação, na esperança de ser libertado depois de estar preso durante 37 anos, inocente.


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