Inês de Medeiros acusa Governo de encobrir “bairros de lata” em Almada
Num discurso inflamado logo após a vitória eleitoral, a reeleita presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, lançou uma forte acusação ao Governo de Luís Montenegro: “não fazem nada” para erradicar habitações ilegais como Raposo e Penajóia.
A noite da vitória foi palco de um duro ataque verbal: Inês de Medeiros acusou o Governo de “não fazer nada” para resolver a situação dos bairros ilegais em Almada — nomeadamente em Raposo e Penajóia. Segundo ela, trata-se de terrenos públicos ocupados ilegalmente, e o Executivo central permanece paralisado face ao problema.
“Marquei reuniões, fiz queixa ao Ministério Público e expus o problema ao IHRU”, disse a autarca, argumentando que, mesmo assim, há uma manifesta “inação do Governo” por trás do silêncio. Mais: ela aventou a hipótese de que tal letargia seja deliberada — “Se foi um estratagema, saiu-lhes muito caro. Só fez subir a força menos democrática no concelho (Chega)”.
Com expressão veloz e tom combativo, exortou que “o Governo e o IHRU têm de vir a jogo, bem como o senhor Ministro com a pasta da habitação”. Para Inês de Medeiros, a omissão estatal seria uma ameaça à democracia local, ao fomentar espaços ilegais em municípios governados pela esquerda.
Quanto à convivência política, foi clara quanto aos limites que estabelece: “não vou negociar com a única força que não considero democrática, mas estou disponível, como sempre, para dialogar”. Ou seja, portas abertas para o diálogo convencional, mas porta fechada para alianças com quem considera extremista.
No balanço político da noite, a autarca também celebrou a força do PS: “Quem diria que o PS ia ganhar Viseu, acho que é um sinal de que o Partido está vivo e em movimento”. E, ao definir Almada como “bastião do PS”, projetou confiança em seu novo mandato, mesmo com os estremecimentos em torno dos “bairros de lata” e da acusação de omissão ao Governo.
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