IHRU dá início à demolição de construções ilegais no Bairro Penajóia em Almada
Instituto garante que operações não afetam famílias e avança com medidas para requalificar a área.

O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) iniciou hoje a demolição de construções inacabadas e desocupadas no Bairro Penajóia, em Almada, um bairro autoconstruído localizado em terrenos do instituto. A operação, realizada em articulação com a Comissão de Moradores e outras entidades, pretende travar o crescimento descontrolado desta zona habitacional considerada ilegal.
Segundo o IHRU, as demolições não comprometem o alojamento de nenhuma família residente. O instituto reforça que pretende alargar este tipo de ações a outros territórios em situação semelhante, alinhando-se com as políticas públicas de habitação do Governo para promover o uso legal dos terrenos públicos.
Para além das demolições, o IHRU informou que trabalha em estreita colaboração com a Câmara Municipal de Almada, a Comissão de Moradores de Penajóia e a União das Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas. Várias reuniões já decorreram para definir um plano de ação e estratégias conjuntas que visam melhorar as condições de vida no bairro e reorganizar a ocupação do espaço.
Entre as medidas em curso, destaca-se um diagnóstico detalhado dos agregados familiares residentes em construções ilegais, coordenado pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa, com o apoio de associações como a Base Apelo Comum e o Movimento Vida Justa. Este estudo deverá estar concluído até ao final do primeiro trimestre de 2025.
O instituto realizou ainda uma intervenção de limpeza no bairro, incluindo a desmatação e a abertura de vias de circulação para melhorar as condições de segurança e facilitar evacuações em casos de emergência.
Paralelamente, o IHRU investe na construção de 600 novas habitações de arrendamento acessível em Almada, com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da União Europeia, num esforço para dar resposta às famílias que enfrentam dificuldades no acesso à habitação no mercado livre.
Apesar destes esforços, a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, expressou recentemente a sua insatisfação com a falta de respostas do instituto em relação às condições precárias do bairro. Durante uma reunião de câmara, em dezembro, a autarca criticou o silêncio do IHRU, sublinhando que o município tem trabalhado ativamente para solucionar o problema habitacional em Almada.
Com as ações em curso, o IHRU reafirma o seu compromisso de reorganizar o espaço urbano, criar condições dignas de habitação e alinhar o uso dos terrenos públicos com as políticas definidas a nível nacional.
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