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Igreja alerta para perigos das “notícias falsas” no debate político

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, criticou duramente a propagação de “notícias falsas” na política, sublinhando que essas práticas prejudicam a credibilidade tanto da política como da Igreja.

Em vésperas da peregrinação aniversaria ao Santuário de Fátima, D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e bispo de Leiria-Fátima, aproveitou uma conferência de imprensa para abordar o atual cenário político, onde destacou o impacto negativo das “notícias falsas” e manipulações no debate público. O prelado frisou que, embora as divergências políticas façam parte do “jogo democrático”, não há espaço para mentiras ou distorções de informação.

“O país beneficiaria muito com um Orçamento de Estado sólido, e acredito que estamos a dar alguns passos nesse sentido,” comentou, acrescentando ser essencial haver honestidade e abertura no processo. Segundo ele, a política não pode ser um campo onde “vale tudo”, pois isso apenas resulta numa perda de credibilidade, não só entre os políticos, mas também para instituições como a própria Igreja.

D. José Ornelas foi enfático ao afirmar que, apesar das divergências naturais, é necessário chegar a um compromisso que reflicta a realidade do país e os recursos disponíveis. Para o líder da CEP, um orçamento deve ser tratado como um projeto de ajuste contínuo, sempre com valores e prioridades bem definidos.

Sobre a questão das compensações às vítimas de abuso sexual no seio da Igreja, o bispo de Leiria-Fátima garantiu serem tomadas medidas para evitar qualquer tipo de revitimização. A criação de um fundo solidário pelas dioceses, aprovado em abril, proporciona compensações financeiras às vítimas, num processo que reconhece o sofrimento infligido e visa promover a superação das dificuldades.

“Queremos que este seja um momento de pacificação,” salientou, sublinhando serem disponibilizados apoios psicológicos e psiquiátricos para as vítimas, de modo a assegurar uma recuperação digna e eficaz.

O Grupo VITA, formado em 2023 pela CEP, é responsável por gerir os pedidos de compensação financeira das vítimas, sendo estes apresentados até dezembro de 2024 às comissões diocesanas ou ao próprio grupo, que avaliará e decidirá sobre os montantes devidos.


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