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Governo procura soluções para caos na Fertagus: utentes exigem melhorias imediatas

O serviço ferroviário da Fertagus enfrenta forte pressão devido à sobrelotação e condições precárias. O Governo promete medidas urgentes para resolver o problema.

O serviço ferroviário da Fertagus, que liga Setúbal a Lisboa, está no centro da polémica devido à sobrelotação dos comboios e problemas operacionais, levando o Governo a procurar soluções urgentes para melhorar as condições de transporte dos passageiros.

A secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, garantiu que estão a ser analisadas todas as opções disponíveis no mercado para resolver a situação no curto prazo. O objetivo é encontrar material circulante operacional ou em manutenção que otimize a gestão da frota e melhorar o serviço prestado aos passageiros.

Como medida imediata, na próxima segunda-feira, a Infraestruturas de Portugal (IP) irá levantar as restrições ao limite de velocidade no troço Coina-Pinhal Novo, permitindo uma redução de dois minutos no tempo de viagem. Esta alteração beneficiará diretamente os comboios que circulam de norte para sul.

A governante salientou que acompanha com atenção e preocupação a situação na Fertagus, alvo de críticas recorrentes por parte dos utentes, autarcas e partidos políticos. Para encontrar soluções eficazes, reuniu recentemente com o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e com a administração da Fertagus para debater as medidas a implementar nos próximos tempos.

Os passageiros relatam problemas diários de sobrelotação, agravados pelo recente aumento da procura. Desde dezembro, com o reforço da oferta de comboios para intervalos de 20 minutos entre Setúbal e Lisboa, houve um crescimento de 8% na procura total, sendo que, no troço Penalva-Setúbal, a procura disparou 30%.

Para minimizar os transtornos, foram feitos ajustes na hora de ponta da manhã, resultando na circulação de 18 comboios, dos quais 11 são duplos (8 carruagens) e 7 simples (4 carruagens). A Fertagus assegura que nunca há dois comboios simples seguidos no troço Coina-Lisboa, permitindo aos utentes escolher entre composições maiores em intervalos de 10 minutos.

Em resposta às críticas, a Fertagus está agora a disponibilizar informações detalhadas sobre os níveis de ocupação nos horários de maior afluência, ajudando os passageiros a planear melhor as suas viagens.

O presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, apelou à população para enviar fotografias que comprovem as condições de transporte nos comboios da Fertagus, denunciando que o serviço “está a ser prestado sem respeito pelos utentes”. A autarquia de Almada também tem recebido várias reclamações sobre os novos horários e a consequente sobrelotação das carruagens.

A situação também foi alvo de críticas do PS e do PCP, que acusam o Governo de permitir a degradação do serviço da Fertagus devido à falta de material circulante. O PSD do Seixal também exigiu melhorias imediatas, incluindo o aumento do número de carruagens nas horas de ponta, a reparação das composições com infiltrações e intervenções nas infraestruturas para evitar atrasos e garantir um serviço eficiente.

A crise da Fertagus continua a gerar forte indignação e pressão sobre o Governo e a empresa ferroviária. Os utentes exigem medidas concretas e eficazes, temendo que os problemas se agravem nos próximos meses se nada for feito para resolver a situação.


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