
A Comissão de Utentes do Seixal manifestou profunda preocupação com a decisão do Governo de atribuir apenas uma vaga para médico de família à Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS). A decisão, oficializada mediante um despacho da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), surge numa altura em que a unidade local necessita urgentemente de reforço de profissionais, considerando o cenário atual “um reflexo da falta de compromisso com a saúde pública”.
Segundo José Lourenço, coordenador da comissão de utentes, a situação já era esperada, tendo em conta os indícios apontados pelo Orçamento do Estado, que, segundo ele, “demonstrava um investimento insignificante nos recursos humanos da saúde”. Das 240 vagas abertas pelo Ministério da Saúde para as áreas de Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública, a região Almada-Seixal, que pediu 14 vagas, viu apenas uma ser autorizada, apesar de precisar de pelo menos 30 médicos para responder à elevada procura.
Lourenço classificou a atribuição como “uma desconsideração enorme para com os utentes” e um passo rumo ao colapso do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Será este o objetivo do Governo? Permitir o colapso do SNS para abrir caminho à entrega de serviços aos privados?”, questionou, alertando que a comissão não hesitará em “levar a oposição às ruas”.
A ULSAS ainda conta com três médicos recém-especialistas que manifestaram interesse em integrar os quadros, tendo a unidade solicitado uma revisão urgente das vagas atribuídas. Contudo, a resposta da ACSS manteve-se inalterada, agravando o sentimento de insatisfação. Além disso, outras cinco unidades locais de saúde em diferentes regiões do país, como Barcelos/Esposende e Tâmega e Sousa, enfrentam situações semelhantes, com apenas uma vaga atribuída de um total de 225 abertas para Medicina Geral e Familiar.
A Comissão de Utentes do Seixal considera esta decisão um claro reflexo de políticas que colocam em risco a sustentabilidade do SNS, deixando milhares de utentes sem acesso adequado a cuidados primários e sobrecarregando os poucos médicos disponíveis nos centros de saúde locais.
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