Os fiéis companheiros de Goucha: a vida entre Ratoneros, resgates e afetos
Entre Lisboa e o Alentejo, Manuel Luís Goucha divide o seu tempo com uma verdadeira “família de quatro patas”, onde os pequenos Ratoneros Tico e Teco ganham protagonismo. Entre resgates emocionantes e a energia incansável dos terriers andaluzes, o apresentador mostra como a sua “bicharada” é mais do que companhia — é parte essencial da sua vida.

A “bicharada” de Goucha: retrato íntimo dos companheiros de quatro patas do apresentador
Lisboa / Monforte — Nas jornadas pessoais e profissionais de Manuel Luís Goucha, os segredos e os afetos têm sido compartilhados frequentemente com quem não fala, mas que escuta: os seus animais de estimação. Entre os muitos nomes da sua “bicharada”, destacam-se cães, gatos e alguns seres com histórias de resgate e afeto profundo. Esta é uma viagem pelos lares urbanos e rurais de Goucha, com relevo para os pequenos terriers espanhóis conhecidos como Ratonero, que conquistaram um lugar de destaque no exército de patas e focinhos que o acompanha.
A casa lisboeta: quartel-general de uma “bicharada” exigente
Na capital, o quotidiano de Goucha é dividido entre o ecrã e a casa — onde vive com uma verdadeira “esquadra peluda”. Entre os nomes frequentemente mencionados em entrevistas e reportagens estão:
- Sancho, o caniche
- Tico e Teco, ambos da raça Ratonero Bodeguero Andaluz
- Bolota, uma Teckel
- Syrah e Monty, dois Jack Russell Terrier
- Anatole, um Basset Hound
- Tristão e Isolda, gatos da raça Sphynx adquiridos (em contraste com os restantes animais, que muitos vieram por adoção ou resgate)
Essa convivência intensa revela traços da personalidade do apresentador: o cuidado persistente, a empatia com vidas que dependem dele, e a visibilidade da responsabilidade — não só de alimentar ou passear, mas de integrar esses seres num universo de afeto.
Entre corredores e salas, Tico e Teco merecem atenção especial. Como Ratoneros, têm em sua origem funcional uma missão: tradicionalmente eram usados em adegas para caçar ratos e roedores que ameaçavam os barris. Hoje, esses cães transitam entre a vida útil e a de companhia, mantendo boa parte do vigor, curiosidade e instinto de alerta que caracterizam a raça.
No Alentejo: refúgio rural e canino
No monte alentejano, a dimensão afetiva dos animais de Goucha assume contornos ainda mais amplos. É ali que residem alguns dos cães de maior ligação emocional ao apresentador:
- Poejo e Azeitona, cães de montanha (raça Serra da Estrela ou rafeiros locais) que foram notícia quando chegaram a desaparecer e foram recuperados com apoio da comunidade e dos meios de comunicação
- Uva e Pimenta, cadelas resgatadas, que agora convivem com o grupo no campo
- Poejo e Azeitona reapareceram depois de um momento dramático: Goucha fez apelo durante o seu programa e foi surpreendido ao saber da boa notícia ao vivo — um membro da produção entrou em estúdio com uma mensagem discretamente avisando que os cães “já estavam bem”
Essa faceta rural expressa bem o desejo de proximidade ao campo, o contraste entre a azáfama urbana e o sossego do campo, e uma responsabilidade maior: garantir abrigo, alimentação e segurança para tantos animais num espaço amplo e exposto.
Os Ratoneros: origens, caráter e convivência com Goucha
Dentro desse universo, os Ratoneros sobem ao palco como personagens emblemáticos.
Origens e tipologia
O Ratonero Bodeguero Andaluz é uma raça originária da Andaluzia, Espanha, classificada como terrier funcional. O nome já revela sua finalidade original: “ratonero” vem de “rata” (rato), e “bodeguero” refere-se à adega, local onde esses cães eram historicamente empregados para caçar roedores escondidos entre barris e escondrijos em ambientes de produção de vinho. A raça foi reconhecida oficialmente na Espanha em meados dos anos 2000.
Fisicamente, trata-se de um cão de porte pequeno a médio, corpo robusto, pelagem curta (com pelos pouco mais de 2 cm) e combinação de cores que geralmente inclui tricolor ou padrões de preto, branco e castanho. Em termos de temperamento, destaca-se por sua agilidade, inteligência, vivacidade e alerta constante — traços essenciais para quem tinha de controlar populações de roedores.
Com o tempo, muitos Ratoneros passaram do trabalho para a companhia doméstica. Hoje em dia, muitos são adotados como cães de companhia, mantendo o bom caráter e energia, contanto que tenham estímulo físico e mental suficiente.
Tico e Teco: cidadania canina com alma de ratonero
Em casa com Goucha, Tico e Teco carregam esse legado genético e afetuoso. Não são apenas “cães adoráveis na casa de uma figura pública” — representam essa ponte entre o cão utilitário e o companheiro urbano.
O convivência com eles implica atenção redobrada: tolerância ao perfil ativo, rotinas de exercício e estímulos, e espaço para que expressem seu instinto explorador — o risco de tédio ou frustração é maior em cães de raça com vocação de trabalho. Embora se encontrem na casa de um apresentador, não se transformaram em acessórios; mantêm sua natureza viva e requerem cuidado genuíno.
Desafios, responsabilidades e visibilidade pública
A presença pública de Goucha, aliada à “bicharada” que partilha com ele, coloca desafios particulares:
- Visibilidade e expectativa pública
Quando um famoso exibe seus animais, há uma expectativa dobrada: o público espera que o cuidado seja exemplar, que não haja negligência ou descaso. Qualquer descuido torna-se notícia e crítico. - Resgate e adoção
Muitos dos animais de Goucha vieram por adoção ou resgate (Uva, Pimenta). Isso reforça uma mensagem social: famosos também podem ser lar para vidas que foram descartadas — um ponto de inspiração e de pressão ética. - Logística e recursos
Ter uma “esquadra” de animais — cães de diferentes porte, gatos especiais, espaços urbanos e rurais — exige recursos (tempos, dinheiro, apoio veterinário). A gestão desse universo exige disciplina, organização e compromisso constante, fora do holofote. - Momento crítico: desaparecimentos e pânico
O episódio em que Poejo e Azeitona desapareceram e reapareceram evidencia a fragilidade que existe em qualquer lar com animais: fugas, imprevistos, preocupações. A forma como Goucha lidou com isso — apelando publicamente e incorporando esse momento ao seu programa — revela uma transparência que humaniza o apresentador e mobiliza a comunidade.
O amor além da fama
Mais do que uma coleção de animais de estimação, a “bicharada” de Goucha é um organismo de afeto, vínculo e responsabilidade. Cada cão ou gato carrega uma história: de adoção, de companhia, de função secular. Tico e Teco são lembretes vivos de que raças com propósitos antigos podem migrar para o lar moderno, se respeito e cuidado forem preservados.
Ao expandir o olhar além dos holofotes, descobrir-se-á que o universo dos animais de Goucha é também um microcosmo de convivência, empatia e escolhas — onde o respeito aos instintos naturais dos cães, o compromisso com o bem-estar e o compromisso com a visibilidade ética fazem parte do roteiro diário.
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