EUA suspendem compras de vinho português após ameaça de Trump
Os Estados Unidos suspenderam as encomendas de vinhos portugueses e europeus, mergulhando o setor vitivinícola numa nova crise.

O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE), Paulo Amorim, afirmou esta segunda-feira que os Estados Unidos suspenderam as encomendas de vinhos portugueses e de outros vinhos europeus, devido à incerteza gerada pelas possíveis novas tarifas anunciadas por Washington.
“A incerteza é terrível e, com ela, a cadeia de distribuição nos Estados Unidos parou as encomendas de vinhos portugueses e de vinhos da Europa. Neste momento, estamos a enfrentar um problema muito sério e não estamos a conseguir vender”, declarou Amorim aos jornalistas, após uma reunião com 16 associados do setor, o ministro da Economia e o ministro da Agricultura e Pescas, em Lisboa.
O responsável da ANCEVE alertou ainda que, caso as tarifas avancem, o prejuízo poderá recair sobretudo sobre os produtores, “Se as tarifas se concretizarem, a maior parte do prejuízo será assumido pelos produtores de vinho, o que seria uma injustiça gigantesca.”
Em março de 2025, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a intenção de aplicar uma tarifa de 200% sobre vinhos europeus, incluindo os portugueses, como resposta à proposta da União Europeia de impor uma tarifa de 50% sobre o bourbon americano.
O anúncio gerou grande incerteza entre os importadores norte-americanos, levando muitos a suspender ou cancelar encomendas para evitar prejuízos, caso as tarifas fossem aplicadas enquanto as mercadorias estivessem em trânsito.
No entanto, na semana passada, Donald Trump anunciou a suspensão provisória das chamadas “tarifas recíprocas” por 90 dias, medida que abrange a União Europeia.
Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior destino de vinhos portugueses, com exportações totalizando 102,1 milhões de euros, refletindo um crescimento de 2% em relação a 2023.
Devido a esta instabilidade, o setor teme perdas significativas, para Paulo Amorim, é urgente uma resposta estratégica “O vinho português precisa de um novo Plano Porter, que ajude a promover o vinho de forma mais dinâmica. O vinho leva longe o nome de Portugal.”
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