Equilíbrio entre turismo e vida local em Lisboa aquece debate na Assembleia Municipal
Lisboa debate o impacto do turismo na cidade e apresenta medidas para equilibrar o setor com a qualidade de vida dos moradores.

A Assembleia Municipal de Lisboa foi palco de um debate intenso sobre o impacto do turismo na capital e as medidas necessárias para encontrar o equilíbrio entre o setor turístico e a vida quotidiana dos seus moradores. O tema central, abordado na segunda sessão de um ciclo de debates temáticos, destacou as políticas de gestão municipal relacionadas com o comércio e o turismo.
Durante a sessão, marcada por intervenções de representantes de diversas entidades ligadas ao setor, como a Câmara de Lisboa, o Turismo de Lisboa e associações de hotelaria e alojamento local, o consenso girou em torno da necessidade de soluções equilibradas e sustentáveis. A vereadora da Reabilitação Urbana, Joana Almeida, sublinhou a importância de evitar “bairros exclusivamente turísticos” e destacou ações da autarquia para promover uma cidade mais equilibrada e habitável. “Queremos vida e qualidade nos bairros, com contínua reabilitação urbana e menor número de fogos vagos”, afirmou.
Entre as medidas implementadas pela Câmara, a vereadora destacou o aumento da taxa turística, a revisão do regulamento de alojamento local e o cancelamento de licenças inativas. Além disso, mencionou a estratégia Lisboa 2040, que inclui alterações ao Plano Diretor Municipal (PDM) para integrar novas centralidades e diversificar as ofertas da cidade.
Por outro lado, Vítor Costa, diretor-geral do Turismo de Lisboa, alertou para os impactos negativos do turismo em áreas como habitação, trânsito e limpeza urbana, reconhecendo, no entanto, a sua importância económica. “O turismo é essencial para o desenvolvimento, mas é necessário gerir melhor os seus impactos e distribuir os benefícios justamente”, reforçou.
A necessidade de diálogo e cooperação foi também levantada pelo presidente da ALEP, Eduardo Miranda, que destacou a relevância do alojamento local, responsável por mais de 50 mil empregos na cidade. Por sua vez, Carlos Moura, presidente da AHRESP, trouxe à discussão preocupações com a segurança, mencionando assaltos e a atuação de falsos motoristas TVDE, enquanto Bernardo Trindade, da AHP, frisou a urgência do novo Aeroporto de Alcochete e a manutenção do ‘hub’ da TAP em Lisboa.
O debate mostrou que, embora o turismo seja vital para a economia lisboeta, os desafios que ele impõe exigem soluções coordenadas e equilibradas, capazes de garantir a sustentabilidade do setor e o bem-estar dos residentes.
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