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Encontro Sinodal Nacional em Fátima reforça desafios de transparência e escuta para o futuro da Igreja

Mais de 300 representantes de todas as dioceses do país reuniram-se em Fátima para debater o futuro da Igreja em chave de sinodalidade, destacando a transparência e a criação de conselhos pastorais como prioridades.

O Encontro Sinodal Nacional, organizado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), reuniu este fim de semana em Fátima cerca de 300 participantes, representando todas as dioceses do país, à exceção do Funchal. Realizado no Centro Pastoral Paulo VI, o evento contou com a presença de leigos, religiosos, sacerdotes e bispos, entre os quais o Cardeal D. Américo Aguiar e D. José Ornelas, presidente da CEP e bispo de Leiria-Fátima.

Inspirado no recente Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, em Roma, o encontro seguiu uma dinâmica de grupos que promoveu o debate em torno do Documento Final do Sínodo 2021–2024. Este documento é apontado como essencial para a transformação das comunidades católicas, como sublinhou D. José Ornelas na sessão de abertura: “Este documento pode e deve mudar a nossa Igreja, em Portugal e no mundo.

Entre as principais propostas debatidas, destaca-se a obrigatoriedade de conselhos pastorais diocesanos e paroquiais, com formação específica para os seus membros, garantindo uma maior inclusão e funcionamento sinodal. Outro ponto crucial foi a criação de um ministério da escuta e do acompanhamento, que envolva leigos e religiosos e promova maior transparência e responsabilização nas estruturas diocesanas e paroquiais.

Os participantes sublinharam ainda a importância de disponibilizar uma síntese prática do Documento Final para facilitar o envolvimento das comunidades no processo sinodal. A formação nos seminários e a preparação de jovens, adolescentes e adultos foram temas amplamente debatidos, com sugestões de maior abertura a experiências missionárias.

No encerramento, foi proposta a realização de um novo encontro no próximo ano, para avaliar o progresso das dioceses e partilhar os frutos do trabalho realizado. A Ir. Irene Guia, da Comissão Sinodal de Setúbal, destacou a importância de criar espaços de acolhimento e escuta, enquanto o Pe. José Pinheiro reforçou que a sinodalidade deve estar sempre ao serviço da missão: “A missão de levar Jesus a todos é a essência deste itinerário sinodal.

Este evento é visto como um marco no caminho para uma Igreja mais participativa, inclusiva e orientada pela escuta, refletindo o apelo do Papa Francisco para uma comunidade cristã transformadora e acolhedora.


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