Drástico cenário hídrico no Algarve: Bacia do Barlavento atinge mínimos históricos com apenas 12,6% de água

Portugal enfrenta um panorama alarmante nos recursos hídricos, com a bacia do Barlavento a registar apenas 12,6% da sua capacidade total no final de dezembro, mantendo-se como a região mais crítica em todo o território. Dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH) indicam que, das 12 bacias hidrográficas monitorizadas, 10 registaram uma redução na quantidade de água armazenada em comparação com o mês anterior.

Enquanto as bacias do Guadiana e Mondego continuam a liderar com os maiores volumes de água, apresentando 76,6% e 73,8%, respetivamente, a média geral de armazenamento ficou abaixo do habitual para dezembro. Esta quebra é especialmente notável quando comparada com os dados históricos de 1990 a 2023.

Nas bacias mais afetadas, além do Barlavento (12,6%), destacam-se o Arade, com 29,7%, o Mira (36,4%) e o Sado (48,4%). Em contraste, 10 das 60 albufeiras monitorizadas conseguiram superar os 80% de capacidade, mostrando uma disparidade significativa na distribuição dos recursos hídricos. A bacia do Douro registou 71,9%, o Cávado 69,4% e o Tejo 66%, valores ainda positivos, mas inferiores às médias históricas.

A situação das bacias do sul do país reflete os desafios impostos pelas alterações climáticas, pela gestão dos recursos e pela pressão sobre os sistemas de abastecimento. Especialistas alertam que as condições podem agravar-se nos próximos meses, caso as chuvas continuem escassas.

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