“Drama de cozinha para um país fascista” estreia em Lisboa e confronta o mito de Medeia
De 23 de outubro a 2 de novembro, o Teatro Cinearte — A Barraca recebe a peça “Drama de cozinha para um país fascista”, uma releitura moderna e inquietante do mito de Medeia inserida num alegórico Portugal futuro.
O Teatro Cinearte — A Barraca, em Lisboa, vai acolher, entre os dias 23 de outubro e 2 de novembro, a peça “Drama de cozinha para um país fascista”, criação de Martim Pedroso que se inspira, de forma leve e contemporânea, no mito trágico de Medeia.
A proposta parte da ideia de um Portugal futurista marcado por um regime fascista, onde a mitologia clássica é revisitada a para dar voz aos filhos de Medeia e Jasão — Mermeros e Pheres — figuras que, no mito original, foram cruelmente rejeitadas. No palco, esses personagens surgem como porta-vozes de uma “violência familiar contemporânea” que se torna metáfora de um país ideologicamente abalado.
A ação dramática avança entre a traição de Jasão e os atos de Medeia, transportando o tempo de forma anacrónica por meio de agressões, sonhos e aparições fantasmagóricas. Segundo a nota de imprensa, “qualquer semelhança com a realidade será pura coincidência”.
No elenco principal figuram Rita Lello e Martim Pedroso. A eles juntam-se os atores convidados Ana Afonso Lourenço, João Amaral e Lupa Fernandes.
Esta montagem teve uma antevisão em outubro de 2024 no Teatro Feiticeiro do Norte, no Funchal, sob o nome Balcão Cristal, e estreou a versão definitiva em 11 de setembro de 2025, no âmbito da programação da Mostra EmCena, realizada em Sines, Vila Nova de Santo André e Santiago do Cacém.
Em Lisboa serão oferecidas oito récitas: de quinta a sábado às 20h00, e aos domingos às 17h00.
Martim Pedroso, responsável pelo texto, direção e seleção musical, conta com uma equipa técnica que inclui Noé (figurinos, caracterização e apoio ao movimento), Carlos Morgado (sonoplastia), e Ricardo Campos (direção técnica e desenho de luz).
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