Dívida externa em queda: Portugal atinge menor valor desde 2005

O saldo da dívida externa líquida, que representa os passivos perante o exterior, excluindo instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros, passou de 52,6% do PIB em 2023 (140,6 mil milhões de euros) para 44,5% em 2024 (126,5 mil milhões de euros). Esta redução significativa reflete um avanço no ajustamento económico e financeiro do país.

Em paralelo, a posição de investimento internacional (PII) de Portugal registou também uma melhoria expressiva, atingindo em dezembro de 2024 o seu valor menos negativo desde 2002. O saldo entre ativos financeiros de residentes sobre o exterior e passivos emitidos por residentes e detidos pelo resto do mundo melhorou de −72,5% do PIB (-193,8 mil milhões de euros) no final de 2023 para −58,5% do PIB (-166,2 mil milhões de euros) no final de 2024.

Segundo o BdP, esta evolução foi impulsionada por um saldo positivo da balança financeira de 9,7 mil milhões de euros, pelo aumento do valor dos ativos financeiros em 20,9 mil milhões de euros, especialmente influenciado pela valorização do ouro do banco central, e por uma redução no passivo em 5,55 mil milhões de euros. As variações cambiais positivas, que somaram 2,1 mil milhões de euros, também contribuíram para esta melhoria.

Os dados revelam que a economia portuguesa reforça a sua posição face ao exterior, beneficiando do crescimento económico e de um contexto favorável nos mercados financeiros internacionais. Para a redução de 14 pontos percentuais no rácio da PII face ao PIB, 9,7 pontos resultaram de alterações no valor da PII e 4,2 pontos do crescimento do PIB.

Com esta evolução, Portugal reforça o seu caminho de sustentabilidade financeira e maior estabilidade nas relações económicas internacionais.

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