Atualidade

DGS detecta 254 casos de mutilação genital feminina em 2024

Hoje assinala-se o Dia Internacional da Tolerância Zero à MGF

A Direção-Geral da Saúde divulgou esta quinta-feira, Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (MGF), que em 2024 foram detectados 254 casos desta prática efetuada em países terceiros e importados para Portugal.

Segundo a DGS, trata-se do número mais elevado de sempre, um aumento de 13,9% em comparação com o ano anterior e mais de 7 em cada 10 registos foram efetuados nos cuidados hospitalares e 26,4% nos Cuidados de Saúde Primários, sendo que à exceção de 1 (na ARS Centro) a generalidade dos registos foi efetuada em unidades da região de Lisboa e Vale do Tejo.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), a subida reflete a maior sensibilidade dos profissionais de saúde para esta matéria e não necessariamente um agravamento da prática.

Um total de 130 mulheres, mais de metade do total registado, tiveram complicações de saúde decorrentes da mutilação genital: 82 do foro psicológico, 59 obstétricas, 55 de resposta sexual e 48 sequelas uro-ginecológicas

Esta situação deve-se, segundo a DGS, a dois fatores: por um lado, porque é aqui que há maior concentração de mulheres migrantes oriundas de países onde se pratica a MGF e, por outro, resulta da maior sensibilização dos profissionais de saúde que tiveram diversas ações de formação.

Ouvida pela Antena 1, Dina Oliveira, chefe de divisão de saúde sexual reprodutiva infantil e juvenil da DGS, sublinha que todos os casos identificados de mutilação genital feminina foram praticados fora de Portugal.

As vítimas são principalmente crianças, a maioria natural da Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Gâmbia e Senegal.

A Mutilação Genital Feminina é praticada em cerca de 30 países e afecta três milhões de meninas por ano.

São várias as razões que motivam a persistência da MGF, sendo as principais a religião e a cultura presentes, maioritariamente, em países em África e no Médio-Oriente, mas devido aos fluxos migratórios, a problemática tende a estender-se a outros países da América Latina, Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Segundo as estimativas, 300 milhões de mulheres já foram submetidas à MGF prevendo-se que, até 2030, haja mais 86 milhões de vítimas.


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2 Comentários

  1. 📢 Hoje, dia 6 de fevereiro, assinala-se o Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina 🚫

    A Mutilação Genital Feminina (MGF/C) é uma grave violação dos direitos humanos e uma forma de violência contra mulheres e meninas. Para erradicar esta prática, é essencial informar, sensibilizar e combater as Práticas Tradicionais Nefastas, promovendo a igualdade de género.

    Na APAV, defendemos medidas eficazes que alcancem as comunidades de maior risco e envolvam líderes e mediadores, garantindo uma resposta coordenada entre governos, ONG´s e a sociedade civil. ✊

    🫂 Se és, foste ou conheces uma vítima de violência de crime é muito importante pedires ajuda.

    📞 Linha de Apoio à Vítima | 116 006 | chamada gratuita | dias úteis das 08h às 23h

    📍 Através de qualquer Gabinete de Apoio à Vítima da APAV

  2. Nao sei se será apenas practicado nos países de origem,tenho muitas dúvidas…