Derrota histórica em Setúbal marca fim de ciclo da CDU
Após mais de duas décadas de liderança, a CDU perdeu a Câmara de Setúbal. André Martins assumiu a derrota com serenidade, defendendo o legado de “honestidade e competência” do mandato.
A noite eleitoral em Setúbal ficou marcada por um momento histórico: a CDU perdeu o controlo da Câmara Municipal, encerrando um ciclo político que durou mais de vinte anos. O candidato comunista André Martins, que se apresentou à reeleição, reagiu aos resultados sublinhando o “orgulho pelo trabalho feito” e o “respeito pela decisão democrática dos setubalenses”.
“Fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para servir as populações de Setúbal e Azeitão. Nenhum outro mandato investiu tanto em obras e projetos estruturantes como o nosso”, afirmou André Martins, reconhecendo, contudo, que os eleitores decidiram por uma nova direção política no concelho.
Durante a intervenção, o ainda presidente destacou o empenho das juntas de freguesia e dos autarcas locais, lembrando que muitas das obras iniciadas “estão adjudicadas e prontas a arrancar”. Sublinhou também que as dificuldades verificadas em alguns concursos públicos não impediram “um investimento sem precedentes” no município.
“Os setubalenses tomaram outra decisão e nós respeitamos. Em democracia, é assim que se vive: com dignidade e respeito pelas escolhas do povo”, disse, acrescentando que os militantes da CDU continuarão a lutar pelos valores da “democracia, da honestidade e do desenvolvimento sustentável”.
No final, André Martins fez questão de agradecer, o apoio de toda a equipa, destacando o papel da mandatária da candidatura, professora Helena Matos, pela dedicação “nas vitórias e nas derrotas”. A própria Helena Matos tomou a palavra para sublinhar que “não há derrotas quando se trabalha com verdade, competência e amor pela cidade”.
A CDU encerra assim um dos períodos mais longos de governação autárquica em Setúbal, prometendo manter-se ativa na defesa dos princípios que marcaram as últimas décadas. “Não se perde quando se mantém a consciência tranquila de ter servido bem as pessoas”, concluiu André Martins, num discurso marcado pela emoção e pelo apelo à continuidade do projeto político da coligação comunista.
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