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Depoimento de mãe de Jéssica com muitas contradições

Inês Sanches, mãe da pequena Jéssica que morreu às mãos de três detidos, quis falar esta quarta-feira em tribunal, mas o seu depoimento contém várias contradições que não convenceu os juízes. A mãe de Jéssica está em prisão preventiva, também ela é arguida no processo de homicídio.

A mãe de Jéssica Biscaia, que morreu o ano passado vítima de tortura às mãos de Ana Pinto, Justo Ribeiro Montes e da filha do casal, Esmeralda Pinto Montes, quis falar esta quarta-feira ao coletivo de juízes que está com o processo dos crimes de homicídio qualificado e de ofensas à integridade física. Inês Sanches, que também está detida, é acusada igualmente dos mesmos crimes que os restantes arguidos que também estão detidos, mas também responde por omissão.

Inês Sanches começou por dizer que a entrega da filha à família Montes, foi por meio de alegadas ameaças de morte a si, própria e aos quatro filhos que não vivem com a detida.

As ameaças, segundo Inês Sanches, terão sido feitas pelos arguidos Ana Pinto, o marido Justo Ribeiro Montes e a filha do casal, Esmeralda Pinto Montes, são suspeitos de maus-tratos violentos que levaram à morte da pequena Jéssica.

O casal e a filha estão acusados de crimes de homicídio qualificado consumado, rapto, rapto agravado e coação agravada, violação agravada e tráfico de estupefacientes agravado.

O tribunal de Setúbal questionou a mãe de Jéssica, onde a arguida entrou várias vezes em contradição, apresentando versões diferentes sobre alguns factos que estão no processo, como o montante da alegada dívida à família Montes.

Inês começa por dizer que foi pressionada para pagar uma dívida feita pelo ex-companheiro Alexandrino Biscaia, no valor de 100 euros, com quem viveu entre 2017 e 2021, divida essa pela compra de droga àquela família.

Mas poucos minutos depois, Inês Sanches garante ao tribunal que afinal a dívida estava paga, entretanto, tinha contraído outra dívida no valor de 250 euros à família Montes, dívida essa por uma alegada “amarração” para preservar a relação entre ela e o padrasto de Jéssica, Paulo Amâncio, naquela altura o seu companheiro.

Pedro Godinho, presidente do coletivo de juízes, tentou perceber a linha de raciocínio do depoimento de Inês Sanches, sobre o comportamento que revelou nos dias que antecederam à morte da filha.

Em resposta ao presidente do coletivo, Inês Sanches afirmou que tinha medo da família Montes e por isso não denunciou as alegadas ameaças às autoridades, como também não levou a filha logo ao hospital assim que regressou a casa com as nódoas negras, após ter estado pela segunda vez ao cuidado daquela família.

Uma das questões que não conseguiu ser concisa, foi a de ter entregue a filha uma terceira vez aos Montes, uma família que mal conhecia e que até tinha dito que recebera várias ameaças, não apresentou explicação possível.

Sobre o “alargamento do esfíncter anal” de Jéssica, como consta da autópsia e comprovada pelo testemunho do perito de medicina legal ouvido esta terça-feira, Inês Sanches disse não ter qualquer explicação para o facto.


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