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D. José Ornelas despede-se de Setúbal com ‘misto de sentimentos contrastantes’

Após a confirmação da nomeação de D. José Ornelas pelo Papa Francisco para a Diocese de Leiria-Fátima, o Bispo de Setúbal deixou uma mensagem de despedida e de esperança aos paroquianos, através da página da Diocese de Setúbal.

«Nesta hora em que, pela voz do Papa Francisco, a Igreja me chama a deixar a Diocese de Setúbal, que sirvo, como bispo, há pouco mais de seis anos, para prestar idêntico serviço episcopal à Igreja de Deus em Leiria-Fátima, quero exprimir uma saudação amiga aos membros destas duas Igrejas, esperando ter ocasião de fazer chegar a cada uma delas, de forma mais pessoal, a expressão da minha gratidão, estima e esperança.»

D. José Ornelas explica que a sua entrada para a Diocese de Leiria-Fátima ocorrerá a 13 de março. «Até lá, continuarei em Setúbal, presidindo à vida da Diocese, como Administrador Diocesano. Depois da minha tomada de posse, o Colégio de Consultores da Diocese de Setúbal elegerá um novo Administrador Diocesano, o qual assumirá, com o apoio do próprio Colégio, o governo da Diocese, até que chegue o novo Bispo.»

Na mesma mensagem, D. José Ornelas confessa ter «um misto de sentimentos contrastantes, que não é fácil de exprimir, mas que posso resumir em duas atitudes, de Jesus e de Maria, pelas quais tenho procurado orientar a minha vida ao serviço do Evangelho.

Foi procurando assumir essa disponibilidade que cheguei a Setúbal, há seis anos; e é com a mesma atitude que agora parto para Leiria-Fátima.»

Dirigindo-se aos paroquianos, «irmãos e irmãs de Setúbal, parto, acima de tudo, com o coração cheio de gratidão a Deus e a vós, sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos/as… tantas e tantos outros que dão vida a esta bela Igreja de Deus, na catequese, no meio dos jovens, no cuidado dos mais desprotegidos e fragilizados, bem como aqueles e aquelas que, nos cargos públicos e de tantas instituições civis, foram interlocutores e parceiros essenciais na tarefa comum de criar um futuro melhor para todos, sob a poderosa e carinhosa mão de Deus.»

Acrescenta ainda que «foi um dom precioso ter-vos conhecido, ter trabalhado convosco, ter partilhado os tempos conturbados da pandemia e os sonhos da nossa Igreja, bem como dos homens e mulheres da nossa linda península de Setúbal.

Levarei sempre comigo a memória agradecida do vosso acolhimento, participação e apoio. Aqui, convosco, aprendi a ser Bispo, embora com muitas deficiências, erros e falhas, de que vos peço perdão e que procurarei melhorar.»

D. José Ornelas confessa ainda que «não nego que a partida me causa tristeza, não por mim, mas pelos projetos que estavam a surgir ou esperando melhores condições para serem lançados. Ficam nas mãos de Deus e confiados ao vosso discernimento e do próximo Bispo.

Uma coisa é certa: levo-vos bem no coração, com rostos, histórias, dramas e sonhos, pessoais, de Igreja e de missão.

Por essa razão, se é verdade que a partida comporta tristeza e saudade, não vou triste. Não me considero indispensável ou insubstituível, e muito menos com direito ao que quer que seja. Aprendi que a Igreja – pessoas e vidas – é para amar, cuidar e servir o melhor que se puder e souber, à imagem do Bom Pastor; não para possuir, dominar ou pôr ao seu serviço.

Será sempre um gosto acolher-vos em Leiria e em Fátima, onde pedirei que Maria, a Mãe de Jesus e da Igreja, seja sempre vossa intercessora e vosso modelo na escuta de Deus e na realização do seu projeto na Igreja de Setúbal e na transformação do mundo. E peço-vos que oreis também por mim ao Senhor de toda a Igreja.»


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