Crise em Almada: Orçamento para 2025 traz desilusão e mais encargos para os munícipes
Sete anos de governação PS/PSD culminam num orçamento que reduz investimentos essenciais, aumenta receitas à custa das famílias e falha em responder às crises habitacional e social.

O orçamento para 2025 da Câmara Municipal de Almada, liderada pela coligação PS/PSD, está a gerar fortes críticas. Após sete anos de governação marcados por promessas incumpridas e projetos parados, o documento apresenta cortes significativos em áreas-chave e aumento de encargos para os munícipes, revelando uma falta de ambição e incapacidade política para enfrentar os desafios do concelho.
Entre os principais cortes, destacam-se uma redução de 48% no investimento no parque habitacional, representando menos 3 milhões de euros para reabilitação de habitações municipais. No setor da habitação, o investimento para aquisição de imóveis destinados ao mercado de arrendamento caiu para zero, deixando sem resposta uma das maiores crises habitacionais do município. Para agravar, os almadenses enfrentarão um aumento de 14,4% nas receitas de habitação, que serão suportadas pelas já fragilizadas famílias do concelho.
Na educação, o cenário também é desolador: o investimento no parque escolar foi reduzido em 3,8 milhões de euros, uma quebra de 48%. Já na cultura, o orçamento apresenta uma diminuição de 300 mil euros, deixando o setor sem verbas previstas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Oposição exige explicações e resultados
A bancada do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal acusa o executivo de falta de transparência e visão estratégica, apontando o dedo à ausência de estudos que justifiquem medidas como a redução da derrama. Segundo o BE, Almada tem atualmente a derrama mais baixa da Área Metropolitana de Lisboa, resultando numa perda estimada de mais de 1 milhão de euros em 2022, sem que haja evidências de atração de novos investimentos ou geração de empregos no concelho.
As críticas também se estendem à recusa sistemática de propostas apresentadas pelo Bloco, que incluem a criação de programas de apoio ao arrendamento, a reserva de 25% de fogos para habitação a custos controlados em novos empreendimentos, e a ampliação do parque habitacional público. Medidas que, segundo o partido, poderiam combater a especulação imobiliária e aliviar a crise habitacional.
Cortes no investimento contrastam com aumento de receitas
Enquanto o orçamento para 2025 reduz investimentos essenciais, as receitas municipais vão aumentar 6%, equivalendo a mais de 1 milhão de euros, suportados pelos munícipes. Este aumento inclui uma subida de 5,5% nas rendas municipais, afetando diretamente as famílias mais vulneráveis.
Apesar das críticas, o orçamento prevê um aumento de 1,2 milhões de euros para ações sociais financiadas pelo PRR, mas, segundo o BE, trata-se de uma medida superficial que não resolve os problemas estruturais do concelho.
Um ciclo de governação a terminar
Para o Bloco de Esquerda, este orçamento é o reflexo de uma governação desgastada e sem visão. Consideram-no “fraquinho” e apontam que o ciclo de sete anos de PS/PSD na liderança da autarquia termina sem resultados expressivos para os almadenses. O partido reforça que não serão cúmplices de um executivo que falha em apresentar soluções para os problemas do concelho.
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