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Crescem os partos em ambulâncias devido ao fecho das urgências: Bombeiros exigem ação rápida do Governo

A situação crítica das urgências de obstetrícia em Portugal está a forçar grávidas a darem à luz em condições precárias, muitas vezes dentro de ambulâncias, enquanto os bombeiros pedem urgentemente uma reunião com o Ministério da Saúde para discutir soluções.

O encerramento das urgências de obstetrícia e ginecologia em várias unidades de saúde do país origina situações-limite que afetam diretamente a segurança das grávidas e a eficiência dos serviços de emergência. Este fim de semana, pelo menos dois novos casos ilustraram a gravidade do problema, destacando a incapacidade do Ministério da Saúde em resolver a crise que assola o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Um dos episódios ocorreu na autoestrada 10 (A10), onde uma grávida foi forçada a dar à luz numa ambulância dos Bombeiros Voluntários de Benavente. A criança nasceu “em plena rotunda da A10”, segundo a corporação, evitando assim uma viagem de 120 quilómetros até à maternidade mais próxima, em Abrantes, devido ao encerramento das unidades de Santarém, Vila Franca de Xira e Beatriz Ângelo, em Loures.

Em outro caso, uma mulher com 34 semanas de gestação e hemorragia severa teve de ser transportada da Moita ao Hospital de Cascais, num trajeto de 60 quilómetros que durou cerca de 50 minutos. A situação foi descrita como “inaceitável” pelo presidente da Liga dos Bombeiros, António Nunes, que sublinhou a falta de condições adequadas para realizar partos em ambulâncias, apesar da preparação dos operacionais.

O presidente da Liga dos Bombeiros criticou duramente a atual gestão da saúde pública, acusando o Ministério da Saúde de não estar à altura do desafio. “Agora preferem que as grávidas deem à luz numa ambulância em vez de num hospital”, declarou, frisando que, embora as ambulâncias estejam equipadas para emergências, o ambiente não é o mais seguro para partos.

Além dos riscos para as grávidas, o responsável dos Bombeiros de Portugal destacou a pressão adicional sobre os bombeiros, que acabam por se desviar das suas outras funções comunitárias para garantir o transporte de longa distância destas pacientes. “Estamos a ser levados ao limite”, afirmou António Nunes, que exige uma reunião urgente com o Ministério da Saúde para encontrar soluções que evitem o agravamento desta crise.

Os problemas não são novos, com casos recentes, como o de uma mulher que sofreu um aborto e teve assistência recusada pelo Hospital das Caldas da Rainha devido ao encerramento da urgência de obstetrícia, apenas servindo para enfatizar a gravidade da situação.

O apelo da Liga dos Bombeiros é claro: “O Ministério da Saúde tem de agir rapidamente antes que a situação fuja completamente ao controlo e os serviços de emergência entrem em colapso”, concluiu António Nunes.


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