Conversas no Pelourinho: Quando o silêncio é de ouro (ou talvez não)
Portugal está em chamas, e os políticos parecem ter perdido a voz. Entre tragédias e selfies, o país segue à deriva.
Esta semana, caros leitores, o Pelourinho está de volta com uma nova reflexão sobre o nosso país. Sim, Portugal está mais uma vez a passar por uma daquelas situações em que parece que as coisas não podiam ficar piores… e depois ficam. Desta vez, o cenário inclui incêndios devastadores no norte do país, mas, curiosamente, o que mais impressiona não é o fogo, mas sim o silêncio ensurdecedor dos nossos políticos com responsabilidades na área.
As florestas ardem, os bombeiros dão tudo o que têm, as pessoas perdem os seus bens, mas quando a comunicação social estende os microfones aos governantes, o que ouvimos? Um grande… nada. Aparentemente, a estratégia é ficar em silêncio e esperar que as chamas apaguem sozinhas. É uma tática inovadora, sem dúvida, mas que deixa muito a desejar.
Há quem prefira não aparecer nas câmaras, quem opte por declarações vagas ou simplesmente por não dizer nada. Um silêncio que nos faz pensar: será que gerem a crise nos bastidores? Ou será que tentam lembrar-se de qual é a palavra mágica para apagar incêndios?
E o que dizer do otimismo? Há sempre alguém pronto para dizer que as coisas não são tão más assim. É certo que houve anos piores, mas será que isso nos consola? Não será um pouco como estar no meio de um naufrágio e ouvir: “Pelo menos ainda não estamos totalmente debaixo de água!”?
Por outro lado, há quem respire de alívio quando o foco da comunicação social muda. Há sempre outro incêndio, figurativo ou literal, para desviar a atenção de problemas mais antigos. Parece que, para alguns, os incêndios são uma distração conveniente, uma forma de evitar responder a perguntas embaraçosas sobre outras crises que estão por resolver.
A verdade é que, seja por falta de palavras ou por escolha estratégica, o silêncio não resolve nada. A população precisa de ver, liderança, ações concretas, e, acima de tudo, uma mensagem clara de que o país está a ser protegido.
Será que caminhamos para ser uma nação de mudos e surdos? Esperemos que não. Porque, caros leitores, se há algo que os fogos nos ensinam é que o silêncio, por vezes, pode ser o nosso maior inimigo.
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