Clarinetes de Santiago: Um encontro de tradição e inovação musical
O Diário do Distrito encontrou dois apaixonados pela música que sai dos clarinetes e esteve à conversa com o fundador do projeto Clarinetes de Santiago, Fernando Pernas e com o maestro Fábio Marques, onde ficamos a saber mais sobre este grupo de Palmela.
Os Clarinetes de Santiago são um, ‘ensemble’ formado exclusivamente por instrumentos da família do clarinete. O clarinete, um instrumento dinâmico com uma extensa gama de registos, permite a criação de um grupo alargado composto por instrumentos da mesma família. O nome “Santiago” refere-se à região onde o, ‘ensemble’ está baseado, uma área que foi sede da Ordem de Santiago por quase 400 anos.
A ideia de formar o grupo já estava pensada há alguns anos, inicialmente na mente do fundador, com intenções e ideias que surgiram ao longo do tempo. A primeira formação consistiu num trio, formado por antigos alunos do conservatório. Com o tempo, outros elementos foram se juntando, e o grupo cresceu gradualmente. Em 2019, a associação foi formalmente criada, marcando a fase oficial do Clarinete de Santiago.
No verão de 2022, Fábio Marques foi convidado a compor uma peça chamada “Vicissitude”, que foi estreada em 2023 no aniversário do grupo. Fábio assumiu então o papel de maestro, substituindo o professor José Condinho, que preferiu continuar como músico. Desde então, Fábio trouxe novas ideias e conduz o grupo em direção a concertos temáticos e outras inovações.
A pandemia, que começou logo após a formação oficial do grupo, foi um tremendo desafio. A associação recém-formada enfrentou incertezas e dificuldades, mas manteve-se unida, utilizando as redes sociais para se comunicar e criar conteúdo musical. Embora muitos projetos tenham sido adiados, o grupo encontrou novas oportunidades assim que as restrições começaram a ser levantadas.
Os Clarinetes de Santiago é uma formação flexível, com cerca de 15 a 20 pessoas envolvidas, incluindo músicos e membros da direção. As idades dos participantes variam de 8 a 80 anos, o que cria um ambiente enriquecedor e diversificado. Apesar das diferentes experiências e idades, o grupo conseguiu transformar essa diversidade numa vantagem, especialmente durante as apresentações.
Apesar do sucesso do grupo em termos de concertos, a escola de música tem enfrentado desafios na atração de novos alunos. Atualmente, a escola conta apenas com dois alunos, o que não é suficiente para garantir a sustentabilidade do projeto. A falta de interesse entre os jovens preocupa os membros do, ‘ensemble’, que refletem sobre possíveis causas, como o menor tempo disponível e a concorrência com outras atividades.
A escola de música dos Clarinetes de Santiago está sediada em Palmela, onde funciona às terças-feiras. O município tem sido um parceiro importante, cedendo espaços para aulas e ensaios, e proporcionando apoios que motivam o grupo a continuar, lembra Fernando Pernas.
Manter a atividade musical não é uma tarefa fácil, considerando os custos elevados associados à compra e manutenção de instrumentos. No entanto, o grupo tem trabalhado para valorizar o seu trabalho e garantir que os músicos sejam devidamente reconhecidos e compensados. Há instrumentos no grupo que custam mais de 5 mil euros, e a associação tem tentado para adquirir alguns desses instrumentos com o apoio do município e da junta de freguesia.
Palmela é uma região rica em tradição musical, com muitos músicos, compositores e maestros de renome. Os Clarinetes de Santiago contribui para essa herança, oferecendo concertos e colaborando com jovens compositores locais. Recentemente, nas comemorações do quinto aniversário do grupo, foram estreadas obras de compositores como Rafael Batista, refletindo o compromisso do, ‘ensemble’ em apoiar talentos locais e promover a música na região.
Ao longo dos anos, o grupo proporcionou momentos marcantes aos seus membros. Para o fundador, um dos momentos mais especiais foi ver a sua filha tocar um solo com o grupo na sua terra natal, Veiros, com a família e amigos presentes. Para Fábio Marques, um dos momentos mais memoráveis foi receber de surpresa uma batuta de presente, uma demonstração de amizade e camaradagem no grupo.
Embora não haja planos imediatos para organizar um grande evento de clarinetes em Palmela, o grupo está focado em projetos que lhe proporcionam prazer e em contribuir para a economia local. O grupo prefere manter-se regionalista, mas não descarta a possibilidade de, no futuro, trazer grandes nomes para as suas iniciativas.
As parcerias com outras associações são uma parte importante do sucesso dos Clarinetes de Santiago. Recentemente, o grupo colaborou com o conservatório e a sociedade filarmónica para um concerto de Natal, envolvendo alunos e professores numa experiência musical enriquecedora. Essas colaborações têm sido acessíveis e bem-sucedidas, permitindo ao grupo explorar novas possibilidades e expandir o seu repertório.
Para 2024, o Clarinete de Santiago tem vários projetos em andamento. Entre eles, a gravação de um CD, que será adaptado para um formato digital com vídeos para redes sociais, e a continuação da exploração da versatilidade do grupo como ‘ensemble’ acompanhador. O grupo também planeia continuar a colaborar com jovens compositores e a expandir o seu alcance mediante novas iniciativas.
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